Estagnação da economia é sinônimo de desemprego. Conforme dados da Organização Internacional do Trabalho(OIT), o país deve chegar ao final de 2017 com uma taxa de desocupação de 12,4% do total da população com idade para trabalhar – ou seja, com 14 anos ou mais -, o que significa algo em torno de 13,4 milhões de pessoas. De cada três novos desempregados no mundo, um será brasileiro em 2017. O próprio Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), entretanto, admite que esses dados não condizem com a realidade, pois deixam de computar todos aqueles que desistiram de procurar colocação.
Pobreza extrema redunda em violência. O Atlas da Violência 2016, desenvolvido pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) e Fórum Brasileiro de Segurança Pública, aponta o Brasil em primeiro lugar no ranking mundial de homicídios, em números absolutos: quase 60 mil assassinatos, 29 a cada 100 mil habitantes, uma taxa considerada epidêmica pela ONU. A maioria das vítimas é formada por homens (90%), jovens entre 15 e 29 anos (54%) e negros (77%). Dados levantados pela instituição mexicana Segurança, Justiça e Paz, mostram que, entre as 50 cidades mais violentas do mundo, 21 são brasileiras – desde capitais como Fortaleza (CE) até cidades do interior, como Feira de Santana (BA) ou Campina Grande (PB).
Violência provoca prejuízos econômicos. Segundo o IPEA, o alto número de homicídios de jovens impede a geração de receitas equivalentes a 2,5% do PIB, que é quanto esses indivíduos estariam produzindo, consumindo e contribuindo com a arrecadação de tributos, caso alcançassem os 75 anos, expectativa de vida média nacional. Outro cálculo sugere que as perdas com gastos hospitalares, danos materiais e produtividade das vítimas de violência e de acidentes de trânsito (cerca de 45 mil mortes por ano, o que coloca o Brasil em quarto lugar no ranking mundial) são de 5% a 10% do PIB, algo como o total das riquezas produzidas por países como o Chile ou a Finlândia. Já o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) avalia em 3,14% do PIB os prejuízos provocados por gastos com segurança privada e perdas de vidas.
Mas nada disso abala os habitantes de Pindorama, o país do carnaval, das mulheres bonitas (quinta maior taxa de feminicídio do mundo, segundo a ONU) e das praias belíssimas (segundo levantamento do jornal Folha de S. Paulo, três em cada dez são impróprias para o banho). Pesquisa do Barômetro Global de Otimismo, feita pelo Ibope Inteligência, em parceria com a Worldwide Independent Network of Market Research (WIN), mostra que 68% da população brasileira acredita que 2017 será melhor do que 2016, o que nos coloca como a quinta nação mais otimista do mundo, atrás apenas de Bangladesh, Gana, Costa do Marfim e Fiji. O estudo aponta ainda que 70% dos brasileiros afirmam que estão felizes, 18% dizem que não estão felizes e nem infelizes e 11% declaram que estão infelizes.
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