Uns, pessimistas.
Acham que não há vontade política; o estilo é suave demais; idas e vindas nas decisões tomadas; vacilações; escolhas incorretas de auxiliares etc.
Outros, confiantes.
Reconhecem o equilíbrio do presidente; o desejo de acertar e confiam na opção que ele fez para governar nessa emergência nacional.
E qual foi a opção do Presidente Temer, ao assumir o governo?
Tinha dois caminhos básicos a seguir.
Mostraria “mão de ferro”; definiria rumos; exigiria postura do Congresso Nacional e faria escolhas de auxiliares com base em critérios pessoais de competência.
A outra alternativa seria a que ele optou.
No retrovisor, o presidente ainda enxergava o desastre do relacionamento da ex-presidente Dilma com a sua própria base política, dando no que deu.
Ontem, ao conceder entrevista à imprensa, após a saída do seu ministro político, Geddel Vieira Lima, o presidente Michel Temer deixou claro que assumirá a coordenação política do seu governo e deu a entender que é isso que sabe fazer.
Realmente, a sua história de vida tem a marca do diálogo congressual.
Eleito três vezes presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, antes de ser vice de Dilma Rousseff, assumiu a presidência da República interinamente por duas vezes: de 27 a 31 de janeiro de 1998 e em 15 de junho de 1999.
Por essa razão, na história do Brasil é um dos poucos Presidentes que adotou a postura de repartir o poder com a classe política, através dos partidos.
Mesmo com membros do Parlamento atingidos (alguns até no seu governo) pelas acusações notórias que permeiam a realidade do país, sem a colaboração do Congresso nada seria possível, salvo preparar a Nação para ingressar no autoritarismo, que mereceria a repulsa de todos.
Se o presidente não tivesse agido dessa forma, o pós Dilma seria melhor?
Claro que há imperfeições.
Porém, com o estilo agressivo do PT e seus aliados, de nada adiantaria a demonstração de força como meio de persuasão política.
Por outro lado, as deformações de alguns membros do Congresso Nacional não têm a digital do governo.
A causa remota foi a escolha popular equivocada.
Parece que, com a saída do ministro Geddel, o presidente fará realmente o que gosta.
Entender-se com os políticos; avançar e recuar; buscar consensos e dessa forma tentar chegar à aprovação do essencial, que são as reformas clamadas pela Nação.
Se ele conseguirá ou não, só o tempo dirá.
Mas é absolutamente consciente a estratégia de aproximar-se dos políticos e dos partidos, mesmo enfrentando o risco de acusações como “toma lá me dá cá”, ou fisiologismo.
Em toda democracia do mundo, a relação executivo e legislativo passa por concessões recíprocas.
Note-se o “radical” Trump já buscando adversários para ajudá-lo no Congresso e até recuando em certas posições.
Observe-se que o momento político nacional tem sinais de surrealismo.
Partido como o PT e aliados se opõem, esbravejam e usam todos os métodos para dificultar a aprovação de uma medida legal, que proíbe gastar mais do que o governo arrecada.
Por mais incrível quer pareça, todos eles são a favor da gastança sem controle.
É o caso de perguntar: melhor com o estilo Temer, ou sem Temer?
A resposta é de cada internauta.
Ney Lopes
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