Elizabeth e o falecido marido sonhavam com escola beneficente para "ajudar a escola pública" |
"Queríamos uma escola que tivesse todo o aparelhamento e o atendimento das escolas particulares - que atendem ao nível alto da nossa sociedade - para atender crianças necessitadas", diz dona Elizabeth, como é conhecida, à BBC Brasil.
O ano era 2007, e a primeira decisão do casal foi que a escola deveria ser completamente independente da administração pública, mantida por doações de pessoas ou empresas interessadas em projetos beneficentes.
"Como meu marido foi secretário de Educação do Estado, ele teve a experiência de que a parte educacional fica muito sujeita às vontades dos políticos, que ficam pedindo remanejamento de alunos e professores para agradar o eleitorado. Por isso não quisemos nenhum vínculo com a classe política."
"Além disso, queremos ajudar o poder público na educação. Não faria sentido a escola ser custeada por ele", afirma.
O Centro Educacional João Paulo 2º, começou a funcionar em 2010, financiado por um grupo de amigos do casal. Até o espaço físico da escola foi projetado, voluntariamente, pelo renomado arquiteto Manoel Coelho - autor do projeto da PUC-PR e do mobiliário urbano de Curitiba.
Alunos dos 6 aos 14 anos frequentam o colégio beneficente para aulas de reforço e de artes |
As quase 300 crianças atendidas pelo Centro João Paulo 2º, no entanto, são um número pequeno perto da mudança que Elizabeth e Belmiro queriam começar. Ver o modelo da escola copiado e reproduzido, diz ela, é o que realmente falta para realizar o sonho.
"Sabemos que só uma escola funcionando dessa forma ajuda um grupo de pessoas, mas acreditávamos que o projeto pudesse servir como um piloto para incentivar outros núcleos da sociedade a repetir isso, até em outras cidades", diz ela.
"Infelizmente, ainda não aconteceu."
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