Pois bem: o depoimento ao juiz Sérgio Moro do marqueteiro da segunda campanha de Lula à presidência da República e das duas campanhas de Dilma, João Santana Filho, mostrou que a honestidade de Dilma em nada fica a dever à honestidade de Lula.
O que disse Lula quando perguntando sobre o mensalão em 2005? Que ele não sabia, não sabia mesmo que uma “sofisticada organização criminosa que tentou se apoderar do aparelho do Estado” pagava a deputados federais para que votassem como mandava o governo.
João Santana Filho, tão logo foi preso pela Lava-Jato, negou que tivesse recebido dinheiro no exterior pela campanha de Dilma em 2010. Atribuiu o que recebera a campanhas que fizera em outros países. Anteontem, finalmente, confessou que mentira. E que recebera dinheiro, sim.
Lula nomeou para Petrobras executivos que depois saquearam a empresa, pagaram propinas a políticos de vários partidos e desviaram dinheiro para o PT. Ele já disse que nada teve a ver com isso, que as nomeações se deveram a indicações feitas por partidos. É inocente, puro.
Se Lula nada teve a ver com isso, muito menos Dilma, como ela sempre fez questão de repetir. Os nomeados por Lula administraram a Petrobras enquanto Dilma foi ministra das Minas e Energia, presidente do Conselho de Administração da empresa e depois presidente da República.
Difícil acreditar que tivemos dois presidentes seguidos que ignoravam completamente que se passava ao seu redor. Que jamais ouviram falar em pagamentos ilegais feitos no exterior ao responsável por suas campanhas. Tampouco ouviram falar do assalto à Petrobras.
A ser verdade o que disseram deveriam ser punidos por improbidade administrativa, irresponsabilidade e desleixo. Somente crianças e índios são inimputáveis. Presidente da República não é.
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