sábado, 16 de abril de 2016

O que será o amanhã no país, depois do desfecho de domingo?

O titulo, claro, está reproduzindo um samba bastante popular, mas seu conteúdo reflete o enigma que somente será decifrado depois da votação de domingo sobre o impeachment ou não da presidente Dilma Rousseff. A divisão das correntes em choque está flagrante e perceptível na atmosfera política que antecede as grandes decisões. Falei em divisão, porém isso não quer dizer que em partes iguais. A maioria maciça dos eleitores e eleitoras está desejando o afastamento da presidente da República. Isso é indiscutível e se reflete nos levantamentos do Globo, Folha de São Paulo e de O Estado de São Paulo sobre a tendência dos parlamentares.

Entretanto, a incógnita é se será alcançado o quórum de 342 deputados, 2/3 da Câmara para encaminhar o afastamento à aceitação pelo Senado Federal. A maioria existente é muito ampla, porem no momento em que escrevo, na quinta-feira, faltavam 40 votos para aprovar o processo de impeachment.


A maioria da sociedade brasileira está representada na indicação apontada pelas pesquisas. E inegável que o governo da presidente Dilma Rousseff encontra-se em minoria. Porém, a diferença existente pode não se tornar capaz de assegurar seu afastamento do Planalto.

Mas como disse no titulo, nesta altura dos acontecimentos o aspecto mais importante reside no que será depois do vendaval de domingo. E como vão se comportar as correntes contra e a favor do governo nas praças e ruas brasileiras. Podem suceder confrontos intensos e, por isso, as forças de segurança pública terão que estar preparadas para impedir os choques, observando também limites para sua própria atuação.

O objetivo essencial e impedir acontecimentos que coloquem em risco a segurança das pessoas e dos estabelecimentos comerciais e meios de transporte, como sempre alvo de exacerbações. Este é um lado da questão.

O outro lado, mais profundo, é como o Brasil vai acordar na alvorada de segunda-feira. O que será absorvido da crise e como vão se refletir as reações na formação de qualquer um dos governos que emergir dos votos da Câmará Federal. Sim, porque haverá mudanças inevitáveis no Ministério. Tanto se Dilma sair vitoriosa, quanto se Michel Temer for o vencedor da etapa em confronto.

A própria Dilma Rousseff admitiu na quarta-feira, em declaração pública no Palácio do Planalto, que vai reformular sua equipe. Michel Temer, o opositor da presidente, seguramente nomeara sua própria equipe. Portanto, seja como for, a partir da próxima semana o país não será o mesmo.

Muito mais do que as chamadas pedaladas fiscais, o abalo principal que atingiu o atual governo decorreu da gigantesca corrupção praticada na Petrobras por um triângulo de ladrões, envolvendo empreiteiras , políticos e administradores públicos. A presidente Dilma Rousseff não percebeu que as pessoas mais próximas a ela e a seu governo eram seus principais inimigos. Este o maior fator para seu desgaste. Michel Temer não tocou neste tema, alias como chamou atenção Elio Gaspari no seu artigo de quarta-feira, publicado simultaneamente no Globo e na Folha de São Paulo. A omissão do vice refletiu mal junto a todos aqueles que não apoiam Dilma, mas que apoiam intensamente os resultados da operação Lava-Jato.

Diante deste quadro vamos esperar o desfecho deste domingo e seu reflexo no amanhecer de segunda-feira.

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