Entretanto, a incógnita é se será alcançado o quórum de 342 deputados, 2/3 da Câmara para encaminhar o afastamento à aceitação pelo Senado Federal. A maioria existente é muito ampla, porem no momento em que escrevo, na quinta-feira, faltavam 40 votos para aprovar o processo de impeachment.
Mas como disse no titulo, nesta altura dos acontecimentos o aspecto mais importante reside no que será depois do vendaval de domingo. E como vão se comportar as correntes contra e a favor do governo nas praças e ruas brasileiras. Podem suceder confrontos intensos e, por isso, as forças de segurança pública terão que estar preparadas para impedir os choques, observando também limites para sua própria atuação.
O objetivo essencial e impedir acontecimentos que coloquem em risco a segurança das pessoas e dos estabelecimentos comerciais e meios de transporte, como sempre alvo de exacerbações. Este é um lado da questão.
O outro lado, mais profundo, é como o Brasil vai acordar na alvorada de segunda-feira. O que será absorvido da crise e como vão se refletir as reações na formação de qualquer um dos governos que emergir dos votos da Câmará Federal. Sim, porque haverá mudanças inevitáveis no Ministério. Tanto se Dilma sair vitoriosa, quanto se Michel Temer for o vencedor da etapa em confronto.
A própria Dilma Rousseff admitiu na quarta-feira, em declaração pública no Palácio do Planalto, que vai reformular sua equipe. Michel Temer, o opositor da presidente, seguramente nomeara sua própria equipe. Portanto, seja como for, a partir da próxima semana o país não será o mesmo.
Muito mais do que as chamadas pedaladas fiscais, o abalo principal que atingiu o atual governo decorreu da gigantesca corrupção praticada na Petrobras por um triângulo de ladrões, envolvendo empreiteiras , políticos e administradores públicos. A presidente Dilma Rousseff não percebeu que as pessoas mais próximas a ela e a seu governo eram seus principais inimigos. Este o maior fator para seu desgaste. Michel Temer não tocou neste tema, alias como chamou atenção Elio Gaspari no seu artigo de quarta-feira, publicado simultaneamente no Globo e na Folha de São Paulo. A omissão do vice refletiu mal junto a todos aqueles que não apoiam Dilma, mas que apoiam intensamente os resultados da operação Lava-Jato.
Diante deste quadro vamos esperar o desfecho deste domingo e seu reflexo no amanhecer de segunda-feira.
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