Durante esse encontro, sentindo-se mais protegido pela gratidão dos circunstantes, Lula queixou-se da perseguição que alega estar sofrendo. Logo ele, alma sem jaça, cristal sem trinca, sendo mal falado e tendo seus negócios como objeto de investigações e especulações. Quem o ouve pode ser levado a crer que montou um governo e formou maioria parlamentar para si e para sua sucessora entre a mais nobre elite da política nacional. Até parece que entre os bons, buscou os melhores. Não é mesmo, Celso Daniel? Lula parece esquecer que após 13 anos no poder, seu partido e seus defensores estão constrangidos a se medirem com a régua que usavam para aferir seus adversários. E não conseguem ser muito otimistas. É uma linha de defesa que lembra o Tavares, aquele personagem canalha criado por Chico Anísio: "Sou, mas quem não é?".
O excesso de auto-estima de Lula é muito bem representado por frases como a que proferiu em 8 de abril de 2005, após a missa celebrada durante o funeral de João Paulo II. Inquirido por jornalista se havia confessado para poder comungar, o então presidente de primeiro mandato saiu-se com esta: "Sou um homem sem pecados". O escândalo do mensalão viria a público 36 dias depois.
Pois eis que, agora, durante o encontro com a fagueira comunidade de seus blogueiros, o ex-presidente, subiu o tom da gabolice e disparou: "Se tem uma coisa que eu me orgulho, neste país, é que não tem uma viva alma mais honesta do que eu. Nem dentro da Polícia Federal, nem dentro do Ministério Público, nem dentro da Igreja Católica, nem dentro da Igreja Evangélica. Pode ter igual, mas mais do que eu, duvido."
Pensando sobre a distância que medeia entre essa frase e a vida pessoal, familiar e política de Lula, sou levado a suspeitar de que nosso messias de Garanhuns, o santo, o imaculado, está preparando caminho para ser declarado inimputável por problemas mentais. Convenhamos, Lula!
Percival Puggina
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