Numa entrevista à repórter Natuza Nery, Folha de São Paulo, edição de sábado 23, a presidente Dilma Rousseff, criticou o que considera pontos fora da curva na operação Lava-Jato. Não percebeu que tal atitude acarreta sua queda nos pontos positivos que ainda possui na opinião pública. Jogou contra si mesma, torceu para o lado errado da questão. Seu gesto provavelmente vai se refletir nas próximas pesquisas do Datafolha e Ibope a respeito de sua imagem na sociedade de modo geral.
Dilma Rousseff sustentou que há coisas que não estão corretas na operação Lava-Jato desencadeada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público. Referia-se a delações premiadas e o vazamento de seu conteúdo na imprensa. “É impossível alguém ser questionado durante os interrogatórios com base no diz que disseram”. Depois que saiu publicado os acusados estão lascados, acrescentou.
A presidente da República se esqueceu de que existem provas e mais provas acumuladas contra os personagens acusados. A primeira delas facilmente se encontra na falta de explicação razoável para acumulação de patrimônios incompatíveis com os salários recebidos normalmente por ex-dirigentes da Petrobrás, por exemplo. Em segundo lugar não tem lógica que alguém afirme ter praticado corrupção, intermediando propinas gigantescas e tais versões não serem verdadeiras. Principalmente pelo volume dos casos narrados de assaltos repetidos aos recursos da empresa estatal.
Dilma Rousseff sustentou que há coisas que não estão corretas na operação Lava-Jato desencadeada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público. Referia-se a delações premiadas e o vazamento de seu conteúdo na imprensa. “É impossível alguém ser questionado durante os interrogatórios com base no diz que disseram”. Depois que saiu publicado os acusados estão lascados, acrescentou.
A presidente da República se esqueceu de que existem provas e mais provas acumuladas contra os personagens acusados. A primeira delas facilmente se encontra na falta de explicação razoável para acumulação de patrimônios incompatíveis com os salários recebidos normalmente por ex-dirigentes da Petrobrás, por exemplo. Em segundo lugar não tem lógica que alguém afirme ter praticado corrupção, intermediando propinas gigantescas e tais versões não serem verdadeiras. Principalmente pelo volume dos casos narrados de assaltos repetidos aos recursos da empresa estatal.
Há duas leis irrevogáveis envolvendo a condição humana, para citar o título da obra famosa de André Malraux: a lei da gravidade e a lei do menor esforço. Relativamente a esta segunda daria muito mais trabalho aos delatores recorrerem à ficção do que informarem a verdade do que aconteceu. Até porque a verdade narrada os compromete profundamente. Da mesma forma não pode ter o menor cabimento o fato de empresários revelarem terem pago comissões ilícitas, se tal acontecimento não houvesse sucedido. A delação não envolve apenas um empresário e um executivo de empreiteira. Ao contrário, envolve dezenas dos proprietários das empresas e também os executivos que participaram das operações conjuntas de suborno.
A corrupção é algo que exige parcerias e, no fundo da questão durante anos atingiu em cheio a Petrobrás, através do superfaturamento de contratos. Os prejuízos foram imensos e passaram à opinião pública a plena sensação de descontrole tornando nítido o cenário de assaltos gigantescos repetidos.
As doações a partidos políticos funcionaram como acobertadoras de atos de corrupção. Tanto assim que, além do STF ter proibido tais doações, a própria presidente Dilma Rousseff vetou um projeto aprovado pelo Congresso Nacional que as restabelecia. Como então deveria ela ignorar as evidências que ela própria com a caneta condenou? Ela esqueceu sua própria decisão e não considerou também os reflexos negativos para si própria das declarações que fez a Natuza Nery. Faltou sensibilidade política e, sobretudo, faltou coerência a presidente da República. A Operação Lava-Jato vem alcançando êxito pleno. É um fato. E contra fatos não há argumentos capazes de modificá-los.
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