Quanto aos combustíveis, Israel insiste em dizer que é contra seu fornecimento. O Hamas, que governa Gaza, que se vire para obtê-los. Gaza entra no 20º dia de guerra às escuras. Mais de 100 recém-nascidos mantidos em incubadoras correm o risco de morrer.
Aparentemente, estabeleceu-se o consenso na UE depois do que um diplomata descreveu como “reuniões difíceis” entre os Estados-membros que gastaram dias a discutir sobre que terminologia utilizar em relação ao direito de Israel defender-se.
Rascunhos de uma declaração oficial a ser assinada numa conferência de líderes em Bruxelas, nesta quinta-feira, propunham um apelo a “uma pausa humanitária” para permitir “acesso rápido, seguro e sem entraves à ajuda a ser dada aos necessitados”.
O termo “pausa” foi considerado por vários Estados-membros demasiado próximo da expressão “cessar-fogo”, o que poderia enfraquecer o direito de Israel à autodefesa. Pausa ou pausas? Essa foi a discussão seguinte. Alguns Estados argumentaram:
“Se forem muitas pausas, elas beneficiarão o Hamas. Se forem menos, mas pausam muito longas, beneficiarão do mesmo jeito”.
A abertura permanente de um corredor humanitário talvez fosse pior. Como o direito de Israel ao ataque, em resposta ao ataque que sofreu, poderia conviver com a passagem contínua de ajuda humanitária? Isso equivaleria ao cessar-fogo que Israel não quer.
É dura, como se vê, a vida dos diplomatas, embora luxuoso, confortável e bem equipado o espaço onde se reúnem para debater os desafios da humanidade. Eles de nada carecem. Mas, para que tenham êxito, dependem do ok dos seus empregadores.
A dificuldade em chegar a acordo sobre a língua reflete um dos episódios mais embaraçosos para a UE em muitos anos. Uma fonte disse ao The Guardian que havia “uma variedade muito grande de pontos de vista sobre a crise” no Oriente Médio.
Não deixou de haver, mas o sofrimento dos palestinos impõe algum tipo de entendimento em seu socorro. À guerra entre Israel e Hamas, deve seguir-se de imediato a solução de dois Estados, segundo o presidente Joe Biden.
É tudo o que os palestinos querem desde que perderam para Israel a maior parte de suas terras no fim dos anos 1940, e desde que as maiores potências mundiais lhes asseguraram o direito à criação do próprio Estado.
O que temos hoje? A violência de um Estado sobre um povo sem Estado.
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