sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

Sete sinais do golpe que Bolsonaro gostaria de dar se não se reeleger

Em seu discurso de despedida da presidência do Tribunal Superior Eleitoral, o ministro Luís Roberto Barroso apontou pelo menos 7 “ações concretas e preocupantes” de Bolsonaro contra a democracia brasileira ao longo dos seus três anos de governo, cada uma mais grave do que a outra. E registrou:

“Não foram apenas exaltações verbais à ditadura e à tortura”.

As ações concretas listadas pelo ministro:

Comparecimento a manifestação na porta do comando do Exército, na qual se pedia a volta da ditadura militar e o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal;

Desfile de tanques de guerra na Praça dos Três Poderes, com claros propósitos intimidatórios;

Ordem para que caças sobrevoassem a Praça dos Três Poderes, com a finalidade de quebrar as vidraças do Supremo Tribunal Federal, em ameaça a seus integrantes, como revelado pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Raul Jungmann;

Comparecimento à manifestação de 7 de Setembro com ofensas a ministros do Supremo Tribunal Federal e ameaças de não mais cumprir decisões judiciais;
Pedido de impeachment de ministro do Supremo Tribunal Federal em razão de decisões judiciais que desagradavam;

Ameaça de não renovação de concessão de emissora que faz jornalismo independente;

Agressões verbais a jornalistas e órgãos de imprensa, entre outras.


Sem citar o nome de Bolsonaro, o ministro aplicou-lhe duas poderosas estocadas ao dizer:

“Num mundo que assiste preocupado à ascensão do populismo extremista e autoritário, rescendendo a fascismo, a preservação da democracia e o respeito às instituições passaram a ser ativos valiosos, indispensáveis para quem queira ser um ator global relevante. Não é de surpreender que dirigentes brasileiros não sejam hoje bem-vindos em nenhum país democrático e desenvolvido do mundo. E, nos eventos multilaterais, vagam pelos corredores e calçadas sem serem recebidos”.

“Uma das estratégias das vocações autoritárias é procurar desacreditar o processo eleitoral, fazendo acusações falsas e propagando o discurso de que ‘se eu não ganhar, houve fraude’. Trata-se de repetição mambembe do que fez Donald Trump nos Estados Unidos, procurando deslegitimar a vitória inequívoca do seu oponente e induzindo multidões a acreditar na mentira”.

Por fim, Barroso mandou um recado a quem possa interessar:

“A imprensa profissional é um dos antídotos contra esse mundo da pós-verdade e dos fatos alternativos, disfarces para a mentira e as notícias fraudulentas.”

Gostaria de acrescentar alguma coisa à fala do ministro? Fique à vontade.

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