Com tudo o que criou e sedimentou- até hoje existe um partido de extrema direita na Itália- acabou pendurado, mas não foi esquecido pela História, apesar de estar no capítulo dos tiranos derrotados. Aliás, se formos ver pela História, quase todos os tiranos acabam derrotados.
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Adolf Hitler quase não pintava pessoas nos quadros |
Chamá-lo também de nazista é ainda mais forte. Perto de Adolph Hitler, Bolsonaro não seria capaz nem de ser convocado para alimentar o pastor alemão que tomava conta do Castelo na Floresta Negra. O oficial destinado a essa função tinha que passar por um período de preparação rigoroso. Afinal, esses animais mereciam o carinho e o respeito do Führer e isso exigia um atendimento padrão Fifa. Bolsonaro lida com emas e jacarés, quis se apossar de um cachorro perdido e acabou tendo que devolver o cão, mas tem muitos animais irracionais no seu governo.
Devo dizer que isso não seria suficiente para trabalhar no Reich. Hitler formou um verdadeiro império com a ajuda de industriais alemães, juízes e forças armadas para derrotar o capital e a existência dos judeus na Europa. Foi um extermínio que misturou uma decisão econômica e política meio pífias com um sadismo criminoso que fez levantar o apoio de boa parte da Alemanha. Levados pelo medo ou não foi o que aconteceu. Além do espetáculo ser medonho, ele tinha elementos que ajudavam a reunir apoiadores. A motociata do Bozo foi ridícula apesar dele se inspirar em Mussolini que adorava se mover em duas rodas.
Pirotecnia a parte, o governo Bolsonaro é praticamente nada. Dá trabalho, é verdade. O Supremo, o Congresso, a sociedade e agora até a imprensa oficial têm que ficar alertas o tempo todo para impedir que o pior seja feito. Mas é um estilo de governo cafona, primário, desorganizado, elementar, rudimentar e violento. E foi eleito pela doença antipetista inventada e pelo desejo de um neoliberalismo cruel e falido. Prega a morte porque a morte é a única coisa segura que temos. Não precisamos questioná-la. Ela vai acontecer. Isso facilita o raciocínio de quem quase não o usa. A morte tem seu efeito. Ajuda nos números, diminui a divisão, afasta os inimigos. Morrer é um projeto, talvez o que se pareça mais com o italiano e o alemão aqui citados antes. Mas, desculpem-me todos, falta estilo. Estilo cruel, mortal, assassino e doentio. Mas falta. Se isso é bom ou ruim vamos saber daqui pra frente. Começamos bem com o Exército se recusando a punir Pazuello. A hierarquia é uma coisa que os militares prezam muito. Essa sim foi o que podemos chamar de quebra de patente. Os generais obedecendo ao capitão. Já obedeceram a um pintor. Vejam só, a História é danada.
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