Improvável. Nogueira poderia ter punido Pazuello com uma advertência oral, ou por escrito, ou com até 30 dias de prisão como previsto no código do Exército. A maioria dos generais do Estado Maior do Exército defendeu uma dura advertência por escrito. Nogueira escolheu a pior alternativa: não fazer nada.
Bolsonaro enquadrou o Comandante do Exército. A partir de agora, e com razão, poderá chamar o Exército de “meu Exército”. E exigir que os militares graduados só se refiram a ele como “o Comandante Supremo das Forças Armadas”. Pazuello ganhou uma nova sinecura no governo. Nogueira desmoralizou sua Arma.
Haverá choro e ranger de dentes entre generais da ativa e da reserva, mas por enquanto apenas isso. Embora tenha ouvido seus pares pelo menos três vezes desde que Pazuello rasgou o Regimento Disciplinar do Exército, cabia a Nogueira, e somente a ele, a palavra final. Na prática, a palavra final foi de Bolsonaro.
O vírus da anarquia militar ganhou passe livre para circular dentro dos quartéis. Se um general da ativa pode ignorar o que está escrito no Regimento Disciplinar do Exército, se o Comandante do Exército pode ignorar a transgressão cometida por um general, por que soldados, cabos e demais escalões não podem?
Eles também são filhos de Deus – ou do diabo.
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