quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Labirinto

Primeira semana da nova década. Continuamos perdidos. Como estivemos todo o ano de 2020. Sem leme, sem governo, sem presidente, sem plano de enfrentamento da pandemia.

Mais de 40 países já estão vacinando sua gente, enquanto Bolsonaro passou Natal e Ano Novo desrespeitando, como sempre, a grande maioria da população que teme o coronavirus.

Não compramos vacinas, não compramos seringas. Sabe Deus quando teremos o alivio dos vizinhos argentinos, que já começaram a receber as primeiras doses de antivirus.

Por lá, os hermanos ainda tiveram o conforto das palavras do presidente Alberto Fernandez. Em discurso contundente, na noite de 31/12, estendeu a quarentena, disse que continuará preservando a vida das pessoas e pediu mais participação dos empresários.



Que inveja dos vizinhos. Por aqui, nada novo. O Capitão aglomerou. Sem máscara. Deu barrigada no mar da Praia Grande para encontrar os fãs na praia, previamente avisados. Nada tão mal quanto administra o país.

Nesse labirinto de inação e desgoverno, inauguramos 2021. Loucos para deixar a peste para trás, nos vimos não só engolfados por cenas dantescas de Bolsonaro. Assistimos a um reveillon de babacas.

Em Trancoso, houve congestionamento de jatinhos de bacanas e grandes festas. Teve grandes festejos em outras praias, outras cidades, mansões, clubes. País afora.

E o Neymar? Com aquela roupa ridícula de papel alumínio, fez farra com centenas de pessoas em mansão alugada, em Mangaratiba, por sete dias. Vários músicos fizeram o regozijo de seus convidados. Antes de voltar a Paris fez foto com Flavio Bolsonaro, filho zero 01, envolvido com a justiça.

Nem o futebol de Neymar pode polir a imagem do moleque que faz pouco da pandemia e dos brasileiros. Bolsonarista, negacionista, deslumbrado, irresponsável, babaca. Nesse labirinto em que está metido o Brasil, Neymar não merece nem o espelho.
Mirian Guaraciaba

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