Aliás, antes de saber da existência dessa corrente de pensamento, já tinha me passado pela cabeça a possibilidade de a Terra ser parte de um organismo vivo que está sendo estragado pela insanidade humana.
Com toda certeza, diante da imensidão do Universo, somos tão insignificantes quanto um reles protozoário, que se alimenta de seres vivos.
Há relatos que desde o século XVIII cientistas alemães e britânicos estudavam essa hipótese, que também atraiu pesquisadores russos no século XIX. Mas a popularidade da teoria é recente, surgiu a partir de 1972, com a publicação dos estudos do cientista britânico James Lovelock, após participar de uma equipe da NASA que pesquisou a possibilidade de vida em Marte.
A pesquisa de Lovelock foi fortalecida pela colaboração expressiva da microbióloga norte-americana Lynn Margulis. Os dois estudaram a surpreendente composição da atmosfera terrestre, muito diferente da esperada para um planeta entre Vênus e Marte (a zona habitável do Sistema Solar).
Por conter grandes quantidades de gases como oxigênio, óxido nitroso (protóxido de nitrogênio, também conhecido como gás hilariante) e metano, a composição da atmosfera terrestre derivaria da interferência dos organismos vivos sobre o ambiente inorgânico.
Lovelock e Margulis então partiram do princípio de que, sendo a Terra um planeta deserto como os outros, o fenômeno da vida, após surgir, foi se adaptando até controlar o ambiente inorgânico.
E assim o ambiente foi se modificando, para que a vida pudesse se perpetuar, formando-se um sistema complexo e autorregulante que até confirmaria a Teoria da Evolução das Espécies, de Charles Darwin, embora os darwinistas não aceitem a hipótese de Gaia, como passou a ser chamada a teoria de Lovelock e Margulis, em homenagem à deusa que representa a Terra na mitologia mitologia grega, responsável pela criação do mar (Ponto), do céu (Urano) e das montanhas (Ourea)..
Diante de uma ameaça como a covid-19, que é superável, devemos entender que passa a ser mais concreta a hipótese de que, caso a Terra continue a ser agredida pela destruição do ambiente e pela poluição, possa surgir uma pandemia ainda mais resistente, que chegue a colocar em risco o futuro da humanidade, que já está mais do que ameaçado por um conflito nuclear.
Nesse recesso a que estamos sendo forçados, não custa pensar um pouco sobre o milagre da vida e também sobre a destruição predatória do meio ambiente pelos seres humanos, que conseguiram criar uma sociedade totalmente injusta aqui no Brasil, onde os detentores da riqueza total ainda acreditam ser possível conviver harmonicamente com a miséria absoluta.
Mas isso “non ecziste”, como diria Padre Quevedo, que certamente estaria decepcionado pelos insatisfatórios resultados da chamada evolução humana.
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