A grave dos caminhoneiros, a lenta recuperação da economia e as denúncias de corrupção que pesam contra ele promoveram Temer à condição de o mais impopular presidente da República desde o fim da ditadura militar de 64 em 1985. Simplesmente 82% dos brasileiros consideram seu governo ruim ou péssimo.
Sem Lula candidato, mais de um terço dos eleitores se dizem sem opção. Nesse caso, o deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ) lidera com 19% das intenções de voto, seguido de perto por Marina Silva (REDE) com 15%, Ciro Gomes (PDT) com 11% e Geraldo Alckmin (PSDB) com 7%.
A impopularidade de Temer respinga no grau de confiança dos brasileiros nas instituições. Em abril último, 43% afirmaram confiar muito nos militares. Agora, 37%. Não confiam nos partidos políticos 68%, no Congresso 67%, na presidência 64%, no Supremo Tribunal Federal 39% e na imprensa 37%.
Mais de 40% dos eleitores de Lula dizem que não sabem em quem votar. Quando testados, Fernando Haddad e Jaques Wagner que poderão substituir Lula como candidato do PT alcançam apenas 1% das intenções de voto. Continua recorde o percentual dos que pretendem anular o voto ou não votar.
A abstenção, o voto nulo ou em branco, têm tudo para configurar um fenômeno nas próximas eleições. Deram forte sinal disso nas eleições municipais de 2016. Repetiram nas eleições extraordinárias para os governos do Amazonas e do Tocantins e para a prefeitura de algumas cidades.
Compreensível. O sistema político brasileiro apodreceu pelas razões conhecidas – corrupção, distanciamento crescente das aspirações populares e incapacidade de oferecer soluções para os principais problemas do país. E, pior: resiste a mudanças. Teima em sobreviver na contramão da História.
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