Estudiosos do controle da empresa reconhecem que tais investidores têm pouco ou nada para reclamar, já que 40% dos lucros da companhia há tempos migram alegremente para fora do país, com destino a grandes bancos e fundos de prestígio, além de notórios especuladores, todos atraídos pela generosa remuneração que tal operação lhes oferece. Nada contra. Afinal, quem investe quer e merece bons resultados. Só não se entende que estes venham do sacrifício de uma sociedade que depende do transporte rodoviário para tudo e, ainda, compra o gás de cozinha a R$ 80 o botijão.
Além dos facilitários que orientam a remuneração dos investidores, além do assalto permanente ao caixa da estatal – todos os dias dos últimos quatro anos denunciado pela operação Lava Jato –, tem-se ainda que a Petrobras sempre foi uma seara de privilégios e de transferência de recursos para alegrar sua burocracia, por meio de programas de remuneração e de aposentadorias. O fundo que proporciona tais concessões a seus protegidos é sustentado com recursos transferidos da sociedade via preços cobrados pelos combustíveis, e tão bem-hidratado que sobram oportunidades para generosas participações em falcatruas, como as ultimamente denunciadas. Ninguém antes gritou para denunciar tais aberrações, como atitude de lesa-pátria dos ladrões que afanaram muita grana.
Essa é a realidade que a greve deixou de discutir. E o diesel segue caro, a gasolina nem se fala, e quem cozinha que economize o gás. Tudo como dantes no quartel de Abrantes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário