Quando perguntou o que era a verdade, Pôncio Pilatos nunca imaginou que em 2018 a verdade seria o que você quisesse que fosse.
Estudos sobre atividade cerebral da Universidade de Amsterdam mostraram que, “quando você rouba ou mente em seu próprio benefício, você se sente mal. Mas quando você continua mentindo, esse sentimento desaparece, então você está mais disposto a mentir novamente.”
Não era um estudo sobre políticos brasileiros, mas os explica, sem os justificar. Minto, logo, existo é a máxima nacional. É a mais completa tradução de Donald Trump. Desafia a velha crença psicanalítica de que mentir, todo mundo mente, mas quando você começa a mentir para si mesmo, não há psicanálise que resolva.
Estamos às vésperas de nos tornarmos o único país do mundo em que réus condenados em duas instâncias só cumprem pena depois de um terceiro julgamento e infinitos recursos. Nem as maiores cleptocracias africanas aceitam isso. A esperança é o próximo Congresso restaurar a norma do STF ainda vigente, que em breve vai ser revogada pelo STFdoB.
Não só corruptos, mas estupradores, pedófilos, ladrões de carro e traficantes, que podem pagar a advogados, comemoram a boa nova, que restaura a impunidade — apesar de tudo que aconteceu no país. Ganharemos mais um título, de campeões mundiais da sem-vergonhice, ao som do clássico dos Titãs “Bichos escrotos”.
Verdade ou mentira? Depende de que lado você leia. O que envergonha alguns, envaidece outros. Há o voto que apequena e o que engrandece.
Pode-se dizer com certeza que qualquer notícia vinda de um partido político é fake news. Ao confundir propaganda com jornalismo, como se fossem uma coisa só, sua credibilidade como fonte de informação é zero. Estão pregando para convertidos, mas é preciso manter elevado o moral das tropas…
Mas acreditar em quem?
Mais atual do que nunca, outro clássico dos Titãs, “Polícia”, encontra eco em 2018: “Verdade para quem precisa/ Verdade para quem precisa de verdade”.
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