Desde o início da Lava Jato, há pouco mais de três anos, a conjuntura nunca foi tão alvissareira para os larápios como agora. A maior operação anticorrupção da história ganhou ares de ópera-bufa. E caminha perigosamente para um desfecho de tragédia. Os capítulos mais agudos da ópera são a união dos gatunos e as cabeçadas entre autoridades que deveriam combater o crime.
Dias atrás, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, resumiu a cena. ''A Operação Abafa é uma realidade visível e ostensiva no Brasil de hoje'', ele disse. Barroso dividiu os corruptos em duas bandas. Numa, estão os que fogem da punição. Noutra, os que acham que é possível continuar roubando.
Unidos, investigados ajudaram a blindar Michel Temer na Câmara. Na outra ponta, a Polícia Federal desqualifica delações. É briga por poder, responde a Procuradoria. Gilmar Mendes, do Supremo, diz que Rodrigo Janot é o procurador-geral mais desqualificado da história. Colegas de Gilmar torcem o nariz para sua proximidade com investigados como Temer e Aécio Neves.
É compreensível o otimismo da bandidagem. O esforço para aplicar um nariz de palhaço no brasileiro e passar o Brasil a sujo é notável.
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