“A situação dos mercados de trabalho na região é grave. Estamos ante as taxas de desocupação mais altas em uma década”, afirma José Manuel Salazar Xirinachs, diretor do escritório regional da Organização Internacional do Trabalho (OIT) para América Latina e Caribe. De acordo com o representante da instituição internacional, o desemprego total (rural mais urbano) na região foi de 8,1% em 2016 (25 milhões de pessoas). Estima-se que aumentará para 8,4% em 2017 (26 milhões). “A recuperação tem sido insuficiente para reverter o aumento do desemprego”, disse Alicia Bárcenas, secretária-geral da Cepal, durante a apresentação das perspectivas econômicas da região, nesta semana.
O país – que após dois anos de contração do PIB terá avanço de 0,4% em 2017 – registra um grande prejuízo no número de pessoas empregadas. No ano passado, a taxa de desemprego chegou a seu maior nível na última década, com 13% de sua população desempregada. Durante o primeiro trimestre do atual exercício, o número de desocupados subiu para cerca de 14 milhões de pessoas (uma taxa de 13,7%). A América Latina, sem dúvidas, tem sido arrastada pelo Brasil, afirma Alfredo Coutiño, diretor da Moody´s para a região. O Brasil, afetado por uma crise política e institucional, registrou sua maior recessão nos últimos 24 anos, com oito trimestres consecutivos de queda do PIB, segundo o especialista.
Apesar da luz no fim do túnel este ano, o especialista da agência de classificação de risco afirma que repor os trabalhos perdidos na região levará tempo. “A região passou de dois anos de recessão a um crescimento econômico pobre em 2017”, afirma o especialista da Moody´s, que inclusive prevê um cenário não tão positivo no encerramento do atual exercício. O aumento do PIB poderia ficar abaixo de 1%, o que impediria a geração de empregos adicionais, afirma. Para que o número de desempregados pare de aumentar, segundo o analista, a economia precisaria apresentar taxas sustentadas de ao menos 4% nos próximos anos, do contrário a sangria continuará.
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