No penúltimo andar está a heresia – culto ao demônio ou a outros deuses que não o Deus verdadeiro, aí incluído a idolatria ao dinheiro. O que seria uma variante da avareza e da soberba. O fundo do fundo ficou reservado à mentira. Distorcer a verdade seria pecado gravíssimo. Seria. Não é mais.
Andamos a pecá-los todos de uma vez só, insistente e destemidamente. Sem qualquer medo do inferno presencial ou virtual.
A Avareza, que é o apego excessivo e descontrolado aos bens materiais, leva juros e impostos às alturas, faz Estados cada vez mais gulosos e perdulários, ricos cada vez mais ricos, impondo fome e pobreza a muitos. E daí?
Esse tal prazer de somar dinheiro a dinheiro, que alarga os limites da luxúria para muito além do desejo passional e egoísta por todo o prazer corporal e material, não mete mais medo. Rende selfie.
Como incontido e disseminado desejo de causar mal a outrem, a velha IRA responde pela maior parte dos conflitos humanos, desde o início dos tempos.
Nos dias de hoje, bomba. Quebra a banca. Saiu completamente da caixinha e do controle. Banalizou de um tanto que, sob a forma de raiva, ódio ou cólera por alguém ou alguma causa, é hoje o sentimento humano mais praticado. Não há Deus que nos livre da ira. É pecado estabelecido e prática juramentada.
Na cola da ira, ou antecedendo a ela, vem a Inveja, que é o desejo exagerado por posses, status, habilidades e tudo que o outro tenha. O invejoso é um perigo. Odeia sem declarar. Pode estar longe ou até ali na sua sala, à mesa, sob os seus lençóis, só cobiçando e vuduzando o que é seu.
O invejoso, Deus e o mundo sabem, quer sempre o que não tem. É parasita da sorte alheia, que pelas redes sociais afora destila sua inveja, sua cobiça por tudo que o outro tenha e ele não – particularmente, sucesso e dinheiro. Na forma de ciúme, a inveja costuma matar. E vem matando.
A Preguiça é definida como a prática permanente de negligência, falta de capricho, de esmero, de empenho, desleixo, morosidade, lentidão, descaso. Ex-pecado muito praticado nos nossos serviços públicos. Alcança com voracidade os mais necessitados de atenção e socorro – doentes, crianças e idosos preferencialmente.
No modo descaso, a preguiça costuma debochar dos cidadãos em geral. Nos derradeiros meses, a permanente negligência das administrações de estados brasileiros, que é outra modalidade da preguiça, deixa sem salários servidores públicos de áreas essenciais – professores, médicos e policiais, por exemplo.
Chegamos à Soberba, também conhecida como vaidade ou orgulho, sentimento siamês da arrogância, que dispensa descrição. É plena de exemplos. Com ela vimos esbarrando em volume cada vez maior. Para sairmos da esfera nacional, que é farta em soberbas, vamos nominar um estrangeiro: Trump, o presidente americano, em quem até o topete (capilar) espelha soberba.
Para piorar a cadeia dos pecados em desuso, como leis que não pegam, há ainda, definidos como novos pecados capitais do século 21. Igualmente praticados sem cerimônia. Por exemplo:
A Pressa. Os apressados não têm tempo para coisas de Deus, como solidariedade e compaixão. A pressa também alimenta as iras. Os efeitos colaterais mais visíveis da pressa são a impaciência e a ansiedade, que fazem matar e morrer.
Há ainda o Causar Injustiça Social. Ou seja, manifestar e praticar preconceitos e bullying. Dispensa explicações.
Por falta vaga no purgatório ou no inferno, pecados, antes capitais, foram promovidos a modus operandi. Correm soltos. Sem combate. Ou praticamos ou toleramos.
PS.: Apesar de descriminados, os pecados capitais ainda têm poderosos padrinhos nas profundezas. E é sempre bom conhecer chefias e companhias. Podem render selfies.
1. Luxuria – Asmodeus
2. Gula – Belzebu
3. Ganância – Mommon
4. Preguiça – Belphegor
5. Ira – Azazel
6. Inveja – Leviatã
7. Soberba/Orgulho - Lúcifer
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