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E que dizermos da Primeira Guerra Mundial? Em uns quatro anos de conflito, 53.402 soldados norte-americanos foram mortos em combate. Enquanto isso, só no ano de 2005, a população brasileira assistiu a 47.578 homicídios!
Verifiquei quantos soldados norte-americanos morreram em combate na Guerra do México, Guerra Hispano-Americana, I Guerra Mundial, II Guerra Mundial, Guerra da Coréia, Guerra do Vietnã, Guerra do Golfo, Guerra do Iraque e Guerra do Afeganistão. Cheguei a 666.056 baixas ao término de uns 34 anos de batalhas terríveis. Enquanto isso, em apenas 16 anos (1990 a 2006), 697.668 civis brasileiros morreram assassinados no Brasil.
Constatei algo assustador: o Exército dos EUA, em guerra, perde uma média de 53,67 soldados por dia. Já o Brasil, em paz, perde 119,46 habitantes assassinados por dia - mais do que o dobro!
Descobri que nos cerca de cinco anos da Segunda Guerra Mundial, a pior de todos os tempos, o número de soldados mortos em combate dos exércitos da Bélgica, Bulgária, Canadá, Tchecoslováquia, Dinamarca, Grécia, Holanda, Noruega, Austrália, Índia, Nova Zelândia e África do Sul somados foi de 166.914. Nós não precisamos de cinco anos de guerra para tanto - só entre 2000 e 2003 assassinamos 193.925 compatriotas!
Durante aqueles cinco anos de guerra a França, invadida pelos nazistas, perdeu 201.568 soldados. A Itália, sob Mussolini, 149.496. E o Brasil, durante cinco anos de paz e sossego (2001 a 2005), viu serem brutalmente assassinados 244.471 civis.
Escrevi as linhas acima em 2009. Mês passado li nos jornais que o Brasil registrou mais mortes violentas entre 2011 e 2015 que a Síria, um país em guerra. Que vergonha, instituições brasileiras! Que vergonha!
Pedro Valls Feu Rosa
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