segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Temer, governo sem alma e sem vida, que se olha no retrovisor

Bom dia retrovisor. É assim que o Temer parece que vai atuar daqui pra frente. Com aprovação de apenas 14% dos brasileiros, segundo pesquisa recente, os comunicólogos do Palácio do Planalto tiveram a ideia genial de começar uma campanha para falar mal do governo da Dilma como se ela ainda existisse e incomodasse o país. Como é uma publicidade irrelevante, sem nenhum interesse para a nação, o Ministério Público deveria responsabilizar esses iluminados que encheram os jornais de críticas ao governo do PT que, como se sabe, desapareceu do comando do país com o impeachment da Dilma. É, sem dúvida, um dinheiro jogado no lixo.

A campanha diz que Temer pegou o país no vermelho, uma economia destroçada, um déficit de bilhões de reais nas contas públicas e com as obras de infraestrutura desativadas. Até aí nenhuma novidade. Não é novidade nem mesmo para o PMDB, partido do presidente, que durante doze anos governou o país ao lado dos petistas e da Dilma, portanto, não pode negar a sua cumplicidade com a administração caótica do PT da qual fez parte. Ora, o que se espera desse governo é oxigenar o país com boas ideias, reativar as obras de infraestrutura e retomar o crescimento para gerar emprego e renda e diminuir os 12 milhões de desempregados no país. Gastar milhões de reais em publicidade, numa encomia em frangalhos como a nossa, para mostrar a “herança maldita” do PT, é desperdiçar dinheiro público com peças revanchistas sem nenhum interesse público.

Charge O Tempo 9.10.2016

O governo deveria ser proibido de gastar dinheiro para cultuar a personalidade de seus dirigentes. Isso só ocorre em países subdesenvolvidos como o nosso onde ainda se distribui até fotografia oficial do presidente para as repartições públicas, figuras caricatas que ficam pregadas nas paredes mirando a mesa de trabalho dos seus subordinados como se estivessem a vigiá-los.

O palácio ainda não divulgou os custos desses anúncios nos jornais, radio e televisão, mas as cifras certamente vão ultrapassar os milhões de reais para alegria das agências que têm no governo boa parte das suas receitas publicitárias e também da mídia em geral que vive na pindaíba com a crise econômica. A Dilma, por exemplo, quando alcançou o recorde de apenas 7% de aprovação, gastou, em 2015, quase 500 milhões de reais para melhorar a imagem enquanto as pessoas morriam nas portas dos hospitais por falta de leitos e medicamentos.

Esse dinheiro usado em publicidade o ano passado é café pequeno em relação ao que o PT gastou com as emissoras de televisão nos doze anos de governo para vender uma imagem falsa, truncada e mentirosa, uma propaganda enganosa que ludibriou os milhões de brasileiros. As principais TVs brasileiras engoliram em publicidade nesse período 11,5 bilhões de reais. Isso mesmo, é o que você acaba de ler: 11,5 bilhões de reais. A Globo sozinha embolsou 6,5 bilhões. O resto do bolo foi distribuído assim: Record R$ 2bi, SBT 1,6 bi, Band 1 bi, Rede TV 408 milhões.

Toda essa dinheirama para nada. O Brasil, nessa década, só andou para trás. Prova disso é o PIB negativo dos últimos anos com a economia em declínio. Mesmo assim, seus governantes – federal, estadual e municipal – continuam gastando milhões para promover seus feitos com uma mídia que persegue aqueles que não rezam na sua cartilha.

Essa nova onda publicitária do governo Temer só mostra uma coisa aos brasileiros: nada mudou, os vícios permanecem os mesmos e a população já desconfia que trocou seis por meia dúzia. Governo criativo, doutor Temer, seria acabar com essa farra publicitária, só anunciar o extremamente o necessário, a exemplo de campanha de vacinação e calamidades ou serviço de utilidade pública. Gastar uma fortuna para administrar olhando para o retrovisor é uma demonstração inequívoca de que esse é um governo sem alma e sem vida que já começou velho.

O Brasil não merece isso, andar a passos de caranguejo.

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