A expressão “sic transit gloria mundi”, atribuída ao monge agostiniano Tomás de Kempis (1418), cai como uma luva para a atual situação do PT. A se confirmarem as pesquisas de intenção de voto, o Partido dos Trabalhadores será varrido do mapa de todas as capitais brasileiras, exceção de Rio Branco, no Acre.
Segundo o Google, a frase era utilizada no ritual das cerimônias de coroação papal até 1963, quando o mestre de cerimônias, de joelhos diante do papa, dizia três vezes e em voz alta: “Pater Sancte, sic transit gloria mundi”. Estas palavras dirigidas ao papa, serviam como lembrete da natureza transitória das honras terrenas
Segundo o Google, a frase era utilizada no ritual das cerimônias de coroação papal até 1963, quando o mestre de cerimônias, de joelhos diante do papa, dizia três vezes e em voz alta: “Pater Sancte, sic transit gloria mundi”. Estas palavras dirigidas ao papa, serviam como lembrete da natureza transitória das honras terrenas
Não é o que está acontecendo.
Presidanta impedida, muitos dos seus amigos e correligionários presos ou acusados de corrupção, a principal figura do partido, Luis Inácio Lula da Silva, o mesmo do tríplex no Guarujá e do sítio de Atibaia e que já é réu de dois processos, viu desmoronar o seu castelo de cartas. Haja vista o que aconteceu em Campinas, quando menos de 1.000 pessoas comparecerem ao seu ato de apoio ao candidato Marcio Poshmann, que muito provavelmente perderá para Jonas Donizete.
Marcio Poshmann é uma exceção, já que os candidatos do PT noutras capitais fogem de seus símbolos máximos como o diabo foge da cruz, tentando tapar o sol com a peneira e cuspindo no prato que comeram.
A ex-presidente Dilma foi ao Rio apoiar sua amiga Jandira Feghali e o que aconteceu? A candidata do PCdoB viu seus índices de preferência afundarem ainda mais. Jandira, que faz parte da tropa de choque da Dilma no Senado junto com Gleisi Hoffmann, que também é ré, e Lindbergh Farias, ainda por cima é mal educada. Em pleno debate proporcionado de graça pela TV Globo, acusou a emissora de ter “apoiado o golpe contra a democracia e contra uma mulher eleita”. Uma grosseria sem tamanho, própria de uma pessoa radical que tendo perdido a sua causa perde também a compostura. Vai afundar ainda mais.
Em São Paulo não se viu o Lula participando de comícios em favor do seu poste Fernando Haddad, que está em vias de perder o importante reduto petista para o PSDB e correndo o risco de não ir nem mesmo para o segundo turno. Corre risco idêntico o candidato Celso Russomano, já que um vídeo no qual ele aparece dando apoio incondicional a Dilma em 2014 está bombando na internet.
Em Belo Horizonte, forte reduto petista, o candidato do PT tinha até quinta feira míseros 4% de intenção de voto.
Na minha terra, Porto Alegre, Raul Pont amarga um distante segundo lugar para Sebastião Melo (PMDB), e mesmo assim embolado com o brilhante deputado Nelson Marchezan Júnior (PSDB).
E assim vai pelo Brasil afora.
Talvez o melhor subproduto das eleições municipais de hoje seja o fim do PT. Os ideólogos do partido que diziam que o futuro da agremiação estaria intrinsecamente ligado ao sucesso do segundo mandato de Dilma tinham razão. O fracasso subiu-lhes à cabeça.
O próprio Lula disse recentemente que “não tem 2018 se a gente não tiver 2016”. Tomara que ele esteja certo,
Tarso Genro, um dos mais prestigiado quadros petista, que perdeu a reeleição para o governo do Rio Grande do Sul em 2014, vaticinou que o PT só sobreviveria se se reinventasse. Esta reinvenção poderia até mesmo contemplar a mudança de nome do partido, deletando a sigla de duas letras do cenário político nacional.
O povo não vai esquecer dos desmandos da administração petista que jogaram o país na maior crise da sua história. Uma crise não só econômica, mas uma crise moral e ética sem precedentes, talvez com efeitos mais devastadores sobre a sociedade do que qualquer outra.
Estamos assistindo o ocaso de uma era que gostaríamos de esquecer.
Há um consenso entre analistas políticos que as revelações da justiça sobre o papel de liderança de Lula no esquema criminoso operado pelo Partido dos Trabalhadores serviram para demolir não só a base do partido como também a figura do ex-presidente, cujo peso eleitoral está virando pó.
Talvez ele agora, dentro da sua conhecida soberba, possa ter a humildade de reconhecer como é fugaz a glória do mundo.
Ele e seu partido, que está caindo aos pedaços, vítima de seus próprios erros e condenado pelas urnas.
Que o PT descanse em paz.
Faveco Corrêa
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