Se o sonho é seguir carreira na iniciativa privada, estudar, progredir, trabalhar e alcançar resultados baseado em méritos próprios e meritocracia, é provável que este seja o caminho mais difícil, mais arriscado, e com recompensas menores e duvidosa. E, se tudo der errado, sem rede social ou aposentadoria digna. Como diriam, perdeu!
José Jiménez Aranda |
Mas digamos, por outro lado, que o importante seja satisfazer o instinto empreendedor. Criar empresa, crescer, dar empregos, pagar todos os impostos, e vender exclusivamente par ao setor privado.
Se a burocracia não esmagar. Se o empreendimento sobreviver ao sistema tributário. Se aguentar o custo Brasil. Se tudo der certo, ainda não vai ser bom. Vai faltar financiamento. E vai ser difícil conseguir clientes não relacionados ao Estado. Perdeu de novo!
Pessoas físicas e jurídicas tem em comum que, de acordo com o pervertido sistema capitalista criado nos trópicos, relacionamento privilegiado com o Estado é condição fundamental para o sucesso.
E conseguir este relacionamento requer métodos específicos. E envolvimento e influência nas decisões econômicas e empresariais tomadas por este mesmo Estado. É sem duvida uma especialidade. Infelizmente, especialização que não gera benefícios para a sociedade.
No capitalismo tropical, Robin Hood irremediavelmente engrossaria a fila dos desempregados. Tira-se de todos, para dar a alguns. De todo lado. E ponto.
Através da entronização de privilégios na constituição, nas leis, nas instituições, na cultura, o país vive de administrar exceções. E cada um de seus cidadãos, cada empresa, cada instituição, luta para se enquadrar nas tais exceções.
No final, o que resta é um modelo falido. Com compromissos e benefícios na maior parte das vezes injustificáveis, inexplicáveis, inexplicáveis, mas protegidos com unhas e dentes.
A injustiça, a falta de sentido, a maldade insolente de um sistema de benefícios e privilégios ineficiente, injusta e impagável está incorporada a realidade. É aceita. Não é questionada.
Virou paisagem. Ninguém nota. Ninguém vê.
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