Bons tempos aqueles para os que acreditavam nos generosos sonhos do PT. Nos jardins do palácio ainda havia uma gigantesca estrela vermelha à base de flores plantada pelo casal Lula da Silva. Funcionava como um sinal da ocupação que o partido imaginava prolongar por 20 anos ou mais. O projeto parecia factível.
O plano do PSDB gorou depois de oito anos tão logo a economia começou a emborcar. O do PT ao cabo do governo mais desastroso da história recente do país, os cinco anos e quase seis meses de Dilma. Sua herança maldita mistura a mais cruel recessão econômica desde os anos 30 do século passado com o maior escândalo de corrupção que já vimos.
Bem ou mal sucedidos, os antecessores de Dilma – à exceção, naturalmente, dos generais presidentes – foram políticos testados em várias eleições. Ela, não. Nunca fora eleita para coisa alguma, nem mesmo para síndica do prédio onde morava em Porto Alegre. De resto, não gostava de política, detestava os políticos e não ambicionava o poder.
Foi uma candidata a presidente construída pelo marketing. E eleita como “a mulher de Lula”. Quando soube que fora reeleita, uma das primeiras coisas que confidenciou aos que a cercavam no Palácio da Alvora foi: “Nunca mais”. Repetiu a mesma frase depois de saber que a Câmara dos Deputados aprovara a instauração do seu processo de impeachment.
Que ninguém espere sua volta mais adiante em condição alguma. Foi um equívoco que ela mesma pretende esquecer. Um equívoco que infelicitou o país.
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