É só comparar 6 bilhões de reais com o volume de recursos adicionais que o governo Michel Temer prevê em 9,5 bilhões com aumento de impostos a partir de 2017, conforme reportagem de Machado da Costa e Mariana Haubert, na mesma edição do jornal.
Parece incrível o resultado de tal comparação, mas passa a refletir a dimensão do que representam os roubos praticados ao longo, pelo menos dos últimos treze anos.
O faturamento anual da Odebrecht é calculado em 132 bilhões de reais, porém não é só ela, embora sendo a maior que se destaca entre outras grandes empresas, como Andrade Gutierrez, OAS, Mendes Junior, Camargo Correa, Carioca Engenharia, UTC para ficarmos apenas nestas, embora pudéssemos incluir no elenco a Delta acusada de superfaturar as obras do Maracanã.
A limitação de gastos públicos anuais compatível com a taxa inflacionária registrada no exercício sempre anterior representa sem dúvida uma medida bastante lógica, a começar deste ano, para repor o índice inflacionário de 10,6% registrado em 2015 pelo IBGE. O que não possui a menos lógica é o fato de a corrupção ter se tornado um sistema de operação, cujos índices a cada 12 meses superam de várias vezes os aumentos de custo de vida. Daí decorre, além do roubo quase generalizado, um processo extremamente negativo que é o da cada vez maior concentração de renda.
Sobretudo porque os organismos categorizados internacionais, como é o caso do BIRD (Banco Mundial), condenam a concentração de renda por representar ela um freio ao índice de desenvolvimento social dos países considerados emergentes, entre os quais se alinha o Brasil.
A corrupção, comprovada pela devolução de recursos possui um efeito arrasador muito maior do que aquele que se podia supor.
Inclusive, multiplicando-se a TCA pelo número de anos em que ela se agigantou vamos verificara que ela retirou do mapa da economia brasileira algo em torno de 20% do PIB.
Neste caso estamos falando de um valor em torno de 1 trilhão e 400 bilhões de reais, já que o PIB , nela incluída a corrupção, alcança uma escala de 5 trilhões e 600 bilhões. Por aí se vê que 20% da economia brasileira evaporaram-se e foram transportados em flocos de nuvens, cujo destino o vento levou para contas em bancos internacionais.
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