Vexame igual raríssimas vezes tem ocorrido na República, fazendo prenunciar que nada se normalizará daqui para a frente. O Brasil está dividido, ao contrário do Congresso, onde prevalece a tendência antigoverno. O ideal seria que a população ficasse à margem, mas as emoções espontâneas ou fabricadas fazem prever o contrário. O resultado é que o Brasil vive um de seus piores momentos, destacando-se a crise econômica acima e além da crise política.
A hesitação do ainda vice-presidente Michel Temer em compor seu ministério e, especialmente, em definir seu programa de governo, só f az aumentar as agruras nacionais. Não dá para calcular quanto andamos para trás em termos de crescimento, esperança e previsões. Muito menos de miséria e desilusão.
Continuamos aguardando a virada do jogo, mas a conclusão é de que só com mudanças profundas nas estruturas institucionais e políticas. A corrupção, apesar de combatida, dá a impressão de ter aumentado. Há quem suponha que apenas com imediatas eleições gerais será possível reverter o quadro, mas o perigo será trocarmos seis por meia dúzia, como já vai acontecer na Esplanada dos Ministérios.
Pelo menos a reforma econômica faz-se imprescindível, mas do que mais se fala é da troca das garantias trabalhistas pela “livre” negociação entre patrões e empregados, da desvinculação do salário mínimo da justiça social, do aumento de impostos e do aumento do desemprego. Não há possibilidade de união nacional, já que nenhuma categoria admite abrir mão de seus privilégios e regalias. A classe política, em vez de encontrar e buscar soluções, mais se aferra às suas vantagens. A classe trabalhadora não encontra forças para sustentar antigas conquistas e as elites parecem prestes a ampliar suas benesses.
Em suma, se os horizontes parecem cada vez mais nebulosos, continuamos à espera de milagres, inexistentes em meio à desesperança. Entre Dilma e Temer, damos um pela outra e não queremos volta.
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