Abordamos, por exemplo, a dolorosa notícia de que o governo do Estado do Rio suspendeu o pagamento das aposentadorias de seus servidores. Não se trata apenas de solidariedade de aposentado com outros, mas de uma percepção exata e precisa da desumanidade da situação de cidadãos pobres que passaram a vida inteira trabalhando duro e não recebem mais o dinheiro de que precisam para comer e viver com decência, Têm, para tanto, de comprar remédios, cada dia mais caros na situação de crise econômica pela qual ora o País passa.
No entanto, com seu desgoverno morto, à espera da hora de marcar o enterro, Dilma Vana Rousseff Linhares não foi capaz sequer de chamar o governador fluminense em exercício, Francisco Dornelles para se inteirar da causa desse despautério. Ela só pensa em como evitar ir para a cadeia depois que a Câmara dos Deputados despejá-la da Presidência da República e do foro privilegiado do cargo, que ela nada faz para merecer. Em vez disso, continua sua cruzada contra o óbvio ululante.
Chamei a atenção dos presentes no auditório da Avenida Paulista para o cálculo que ela anunciou aos dez jornalistas que recebeu no Palácio na manhã de ontem. Segundo Sua Insolência Isoladíssima, é positivo o saldo de empregos nestes cinco anos e três e meio meses de indigestão. Como se vê, nunca sequer levou em mínima conta a situação de 200 brasileiros que perdem a ocupação remunerada todo dia, atingindo o patamar impressionante de 10 milhões de desempregados.
A cereja envenenada desse bolo podre, contudo, foi sua frase mais reproduzida nos jornais hoje: se passar incólume pelo impeachment, ela proporá um pacto à Nação, que é composta por políticos, empresários e o povo em geral – todos eles execrados por ela na condição de golpistas contra a democracia. Como se sabe, esta se resume segundo Dilma à apertada vitória eleitoral que ela, o PT, Michel Temer e o PMDB tiveram sobre o tucano Aécio Neves em outubro do ano passado.
Contei-lhes também que não é correto chamar de corrupção o que aconteceu na Petrobrás, no BNDES e, pelo que já se sabe até agora, em praticamente toda a máquina pública federal nos 12 anos, três meses e meio dos desgovernos Lula e Dilma. Corrupção era o que havia antes. O que se passou desde as denúncias de Paulo de Tarso Venceslau sobre o descalabro ocorrido com as finanças das prefeituras petistas ao Jornal da Tardeaté hoje foi o maior assalto aos cofres públicos da história da humanidade. Corruptos históricos e célebres como Lupion, Adhemar e Maluf não praticavam tal modalidade. O que houve aqui ultimamente foi um crime comum, com furto seguido de mortes, praticado por uma enorme e complexa organização criminosa que nem sequer pode ser definida como de colarinho branco. São os criminosos em que até os colarinhos são sórdidos.
Conversamos por duas horas, o mesmo tempo que Dilma usou para mostrar que nada tem a fazer, porque, diante de tudo, ela achou mesmo fundamental foi propor aos jornalistas um acordo de convívio entre uma presidente eleita, que trocou o poder pela burrice e pela ignorante arrogância, com mais de uma centena de milhões de brasileiros que ela se apraz em detestar. Macacos nos mordam!
Ficou faltando alguém que dela arrancasse a resposta para a pergunta que não quer calar: como Dilma conseguirá pactuar, melhorar a economia e governar contra dois terços do Congresso, 61% da população e praticamente todo o empresariado brasileiro, se conseguir passar pela barreira do impeachment? Esta seria a única forma que lhe resta de ressuscitar dos mortos, em cuja companhia hoje está o seu desgoverno. Ah, pois!
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