segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Punga do bem público

Nem tem tanto tempo assim, uma das pragas brasileiras, nas grandes cidades, era o punguista. De longe mais perigoso do que o ladrão de galinha, outra modalidade que se perdeu com os anos passados. Não só por haver galinha por todo lado nos supermercados a bom preço. Também ninguém mais cria as bichinhas em casa.. Acabaram com as galinhas e os velhos quintais para criação e plantação de uma hortinha, de uns pezinhos de frutíferas. 

Tudo extinto: punguista, galinha e quintais.

Mas a modalidade de bater carteira progrediu, se modernizou, digamos que agora é viral. Não mais o punguista se embolando nos pontos de ônibus (e de lotações, outro extinto), nas ruas movimentadas.

O punguista de hoje tem crachá e mesmo diploma oficial, não vive nos subúrbios. Está mais do que bem instalado em casarão, com carro (muitos oficiais) e chofer.

Quem bate carteira nos tempos de agora está nos palácios, nos edifícios bilionários das empresas e dos bancos, sob o abrigos de sedes partidárias.

Quem está nos pontos de ônibus, hoje, tem é dos trombadinhas levarem celular, cordão. Com tanto dimenor à solta para ficar de olho atento sequer se dá conta de que quem está fazendo a punga, sugando seu bolso, está bem longe em edifício (ou palácio) com a ar condicionado.

Punguista hoje é credenciado, até mesmo empossado legalmente. A punga de ontem, pobre, para sobreviver, hoje é a punga para viver na boa, geral, institucionalizada, imune e impune.

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