quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Sucessão ou secessão


Não há hipótese de Executivo e Legislativo em conflito até o fim do ano. Nem até o fim do mês, quanto mais ao final dos mandados de seus titulares, daqui a três anos e cinco meses. Muitos antes disso o país estará posto em frangalhos, com um Poder engolindo o outro como na velha piada em que de noite um cidadão colocou dois grilos numa caixa de fósforos, imaginando que na manhã seguinte estaria vazia, já que um comeria o outro. Ignora-se apenas que segmento nacional restará por último, depois da canibalização dos demais. Militares? Igreja Católica e Igrejas Pentecostais? Empresariado ou centrais sindicais? Crime organizado, com os traficantes à frente?

Agronegócio ou latifúndio? Ministério Público, Judiciário ou Polícia Federal? Multinacionais ou intelectualidade universitária?

Quem quiser que opine, mas pela primeira vez desde a chegada dos portugueses, com breve e limitado interregno dos holandeses, a unidade n acional encontra-se em xeque. Para sorte nossa, jamais tivemos governadores tão medíocres e incompetentes, caso contrário a secessão estaria na rua , muito antes da sucessão.

A Federação faz tempo tornou-se uma ficção, na medida da fraqueza dos Estados, mas como a União se esfacela, sobrará o quê? Um aglomerado de forças incapazes de atuar em uníssono. No máximo, cada município se tornará independente, com moeda própria, passaporte e forças armadas.

O triste nessa história de horror é não haver nem milagres. Desapareceram os salvadores da pátria, que só conturbariam o processo se aparecessem agora. Sequer sobrou o Lula, última das desesperanças a mergulhar nas profundezas. Das promessas imaginárias, ninguém emerge.

Dos lados da Operação Lava Jato delatores prometem devolver à Petrobras 247 milhões. Esse gesto deveria servir para agravar suas penas, pois se roubaram tanto, muitos mais continuará em poder de amigos e familiares. O ideal para o poder público seria confiscar-lhes todo o patrimônio, até os chinelos.

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