Carlos Carvalho, dono das áreas onde ficam o Centro Metropolitano e a Vila dos Atletas da Rio 2016 |
Dono de mais de 10 milhões de metros quadrados de terras na Barra da Tijuca – bairro que sediará grande parte das instalações da Olimpíada do Rio 2016 – , o engenheiro Carlos Carvalho, conhecido como "dono da Barra", classifica os Jogos como uma "benesse de Deus" para o Rio de Janeiro.
Aos 91 anos e, desde 1951, único acionista à frente da empreiteira Carvalho Hosken (avaliada em R$ 15 bilhões), ele participa de obras no Parque Olímpico, ao lado da Odebrecht e da Andrade Gutierrez, onde, por meio de uma Parceria Público Privada (PPP), o consórcio construirá empreendimentos imobiliários a partir de 2018, em troca de quase R$ 1 bilhão de investimentos para custear a Olimpíada.
Além disso, a Vila dos Atletas, com 31 edifícios, está sendo erguida em suas terras, e caberá a ele comercializar 3.604 apartamentos no já batizado condomínio Ilha Pura, tão logo o Comitê Olímpico Internacional libere as acomodações dos mais de 17 mil competidores e equipes técnicas após os Jogos.
Quarenta anos depois de ter apostado na direção contrária ao desenvolvimento tradicional do Rio, quando começou a comprar terras na Barra (ainda um grande areal cercado de lagoas e manguezais e distante da Zona Sul), Carvalho vem colhendo os frutos da "aventura", após construir condomínios, shoppings e hotéis de sucesso – e há espaço para expansão, já que 2,5 milhões de metros quadrados de suas terras ainda estão vazios.
Sem papas na língua, em entrevista à BBC Brasil na sede de sua empresa, ele falou sobre sua história, os impactos da Olimpíada para o Rio, e respondeu a críticas sobre remoções e declarações dadas recentemente ao jornal britânico The Guardian, quando disse que a Barra representa o "novo Rio de Janeiro" como uma "cidade da elite, do bom gosto" e que, por esta razão, a Ilha Pura "precisava ser moradia nobre, e não moradia para os pobres".
Questionado pela BBC Brasil, disse que gosta dos ricos porque precisa deles, mas "prefere os pobres". Ele afirma que foi do povo e "continua sendo povo", embora admita que prefira "encher de rico" seu novo empreendimento na Vila dos Atletas.
"Você não pode pensar em tirar um favelado de onde ele vive, do habitat dele, para que ele venha a pagar aluguel e condomínio. Se ele não for preparado e se não houver um apoio correto para ensiná-lo sobre o seu novo habitat, o plano realmente não vai poder dar certo."
Aos 91 anos e, desde 1951, único acionista à frente da empreiteira Carvalho Hosken (avaliada em R$ 15 bilhões), ele participa de obras no Parque Olímpico, ao lado da Odebrecht e da Andrade Gutierrez, onde, por meio de uma Parceria Público Privada (PPP), o consórcio construirá empreendimentos imobiliários a partir de 2018, em troca de quase R$ 1 bilhão de investimentos para custear a Olimpíada.
Além disso, a Vila dos Atletas, com 31 edifícios, está sendo erguida em suas terras, e caberá a ele comercializar 3.604 apartamentos no já batizado condomínio Ilha Pura, tão logo o Comitê Olímpico Internacional libere as acomodações dos mais de 17 mil competidores e equipes técnicas após os Jogos.
Se houvesse a invasão de todas as áreas, que era o que iam fazer em 1982, isso aqui ia ser um bairro para o populismo, para eleger gente de esquerda, prometendo aos pobres o que não iam darAo contrário de Londres, onde a hospedagem dos atletas deu lugar a moradias acessíveis numa área revitalizada da capital britânica, no Rio os prédios seguirão a lógica do alto padrão, com direito aos "Jardins do Rei", com mais de 70 mil metros quadrados, e apartamentos que podem valer mais de R$ 1 milhão.
Quarenta anos depois de ter apostado na direção contrária ao desenvolvimento tradicional do Rio, quando começou a comprar terras na Barra (ainda um grande areal cercado de lagoas e manguezais e distante da Zona Sul), Carvalho vem colhendo os frutos da "aventura", após construir condomínios, shoppings e hotéis de sucesso – e há espaço para expansão, já que 2,5 milhões de metros quadrados de suas terras ainda estão vazios.
Sem papas na língua, em entrevista à BBC Brasil na sede de sua empresa, ele falou sobre sua história, os impactos da Olimpíada para o Rio, e respondeu a críticas sobre remoções e declarações dadas recentemente ao jornal britânico The Guardian, quando disse que a Barra representa o "novo Rio de Janeiro" como uma "cidade da elite, do bom gosto" e que, por esta razão, a Ilha Pura "precisava ser moradia nobre, e não moradia para os pobres".
Questionado pela BBC Brasil, disse que gosta dos ricos porque precisa deles, mas "prefere os pobres". Ele afirma que foi do povo e "continua sendo povo", embora admita que prefira "encher de rico" seu novo empreendimento na Vila dos Atletas.
"Você não pode pensar em tirar um favelado de onde ele vive, do habitat dele, para que ele venha a pagar aluguel e condomínio. Se ele não for preparado e se não houver um apoio correto para ensiná-lo sobre o seu novo habitat, o plano realmente não vai poder dar certo."
Você não pode ficar morando num apartamento e convivendo com índio do lado, por exemplo. Nós não temos nada contra o índio, mas tem certas coisas que não dá. Você está fedendo. O que eu vou fazer? Vou ficar perto de você? Eu não, vou procurar outro lugar para ficar
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