Especialista da Universidade de Ciências Aplicadas de Colônia diz que Brasil tem todo o conhecimento técnico para gerir o abastecimento, mas intervenção política afeta execução do planejamento no setor."A falha está na gestão. O problema não é de ordem técnica, mas político-administrativa". Jackson Roehrig, professor de gestão de recursos hídricos da Universidade de Ciências Aplicadas de Colônia, na Alemanha, resume a crise hídrica no Sudeste do país a falhas de gestão.
O especialista, que já atuou como pesquisador na Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental de São Paulo (Cetesb), afirma que a influência política na administração dos recursos hídricos abre brechas para o não cumprimento de planos estabelecidos para o setor, como a construção de novos reservatórios.
Em entrevista à DW Brasil, Roehrig explica como funciona o modelo alemão de gestão de recursos hídricos, que se baseia em associações de bacias compostas por diversos setores, como a indústria, o ramo agrícola e ONGs.
No estado da Renânia do Norte-Vestfália, que abriga o maior sistema integrado de abastecimento de água da Alemanha, essas bacias são uma espécie de "parlamentos da água". Os governos estaduais ficam de fora do processo administrativo, mas atuam como fiscalizadores do sistema.
"O problema do Brasil é que o Estado é fiscalizador dele mesmo", observa.Leia mais a entrevista
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