Dinheiro sujo
financiou parte da campanha de Lula para presidente em 2002. Suspeita-se que
dinheiro igualmente sujo financiou as duas campanhas de Dilma.
Ouvi do
prefeito de uma das capitais brasileiras mais importantes: “Foi a ação dos
Black blocs que nos salvou, os governantes, quando o povo saiu às ruas em junho
de 2013 cobrando melhores condições de vida”.
A ação dos
baderneiros mascarados esvaziou as manifestações por passagens de ônibus mais
baratas, saúde e educação eficientes, reforma agrária, lazer, contra a
corrupção e contra a impunidade.
Por enquanto,
os Black blocs saíram de cena. No seu lugar entraram pessoas agenciadas não se
sabe por quem ou simplesmente pessoas que acreditam que a volta dos militares
ao poder fará bem ao país.
Muitas entre
essas pessoas pedem o fim do comunismo como se ele ainda existisse. A
propósito, não vale citar a China e a Rússia. São imitações grotescas,
macaqueadas de regimes comunistas.
De repente, a
presidente Dilma e a sua turma ganharam aliados onde menos esperavam. Os que
pedem um golpe militar, quer queiram quer não, podem contribuir para esvaziar
passeatas e comícios dos insatisfeitos “com tudo isso que está aí”.
Por “tudo
isso” entenda-se o grosso das mesmas reivindicações de junho de 2013, com
ênfase crescente no combate à corrupção e à impunidade.
Há 15 dias,
2.500 pessoas ocuparam a avenida Paulista em protesto contra o governo Dilma.
Foram cinco mil no último sábado em ato apoiado pelo PSDB e partidos da
oposição.
Minoritária, a
porção dos golpistas tenta se misturar com a porção dos insatisfeitos. Essa,
por sua vez, tenta se distinguir da outra. Mais políticos compareceram à
primeira manifestação do que à segunda.
Os principais
líderes da oposição, entre eles Aécio Neves (PSDB-MG), correm o risco de se
meter numa saia justa.
Por mais que
digam o contrário, são acusados pelos partidários do governo de defender o
golpe militar. Se não defendem o golpe, se batem pelo impeachment da presidente
da República, o que militantes espertos do PT apregoam como sendo outro tipo de
golpe. Não é.
Aécio está
ficando rouco de tanto repetir: "Olha, eu não sou golpista, sou filho da
democracia. (…) Não acho que exista nenhum fato específico que leve a
impeachment. Essas manifestações [golpistas] que se misturam com as
manifestações democráticas têm meu repúdio veemente".
Talvez devesse
ir à próxima passeata reafirmar de público seu compromisso com a legalidade.
Impeachment
não é golpe. Fernando Collor, o primeiro presidente do Brasil eleito pelo voto
direto depois de 21 anos de ditadura, foi derrubado pelo Congresso via um
processo de impeachment.
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