No poder do simples a extrema-esquerda aprendeu, há muito tempo, o valor da simplicidade. O discurso se baseia em contrastes morais fáceis de entender: o bem contra o mal, o fraco contra o forte, o justo contra o opressor. É um código universal que dispensa nuances e explica o mundo em duas cores – preto e branco.
Só que o mundo real raramente é tão binário. Quando os fatos não se encaixam na história, adapta-se o fato, não a história. É daí que surgem as distorções estatísticas, os gráficos “criativos” e os números fora de contexto. Tudo em nome da coerência moral.
Na Ideologia antes da evidência, o problema não está em ter ideologia, e sim em inverter a ordem natural das coisas. Primeiro vem a crença, depois o dado. A militância não pergunta “o que os fatos mostram?”, mas “como os fatos podem comprovar o que eu já acredito?”.
Essa lógica produz um viés de confirmação quase automático: dados inconvenientes são ignorados, minimizados ou tachados de “neoliberais”, “reacionários”, “elitistas”. Some-se a isso uma academia e uma imprensa percebidas como majoritariamente inclinadas à esquerda. Todo mundo reforça todo mundo.
Desde o colapso do socialismo real, a extrema-esquerda deixou a economia em segundo plano e concentrou-se em batalhas simbólicas: gênero, raça, meio ambiente, cultura. O campo é fértil porque, ali, a verdade é mais fluida. O que importa não é o que é comprovável, e sim o que soa moralmente certo.
Nas redes sociais deram o empurrão final. No universo dos algoritmos, quem ganha não é quem tem razão, mas quem emociona mais. Frases de efeito rendem curtidas, não estatísticas. A narrativa virou produto, e o clichê virou estilo.
Sejamos justos: líderes populistas mundo afora (principalmente de direita) aprenderam rapidamente. Copiaram o mesmo modelo emocional, apenas trocando os papéis. Agora, o “oprimido” é o conservador, e o “opressor” é o globalista, o intelectual ou a “ideologia de gênero”. Muda o figurino, o roteiro é o mesmo: O viés populista
No fundo, o problema é mais civilizacional do que partidário. Vivemos uma era em que o discurso vale mais que o dado, e a virtude moral substitui a evidência. É mais fácil parecer bom do que compreender o complexo. Talvez o desafio do nosso tempo seja reaprender a pensar antes de sentir – e checar antes de acreditar. Porque enquanto o discurso for mais sedutor que o fato, seguiremos discutindo narrativas, não realidades.
Desde o colapso do socialismo real, a extrema-esquerda deixou a economia em segundo plano e concentrou-se em batalhas simbólicas: gênero, raça, meio ambiente, cultura. O campo é fértil porque, ali, a verdade é mais fluida. O que importa não é o que é comprovável, e sim o que soa moralmente certo.
Nas redes sociais deram o empurrão final. No universo dos algoritmos, quem ganha não é quem tem razão, mas quem emociona mais. Frases de efeito rendem curtidas, não estatísticas. A narrativa virou produto, e o clichê virou estilo.
Sejamos justos: líderes populistas mundo afora (principalmente de direita) aprenderam rapidamente. Copiaram o mesmo modelo emocional, apenas trocando os papéis. Agora, o “oprimido” é o conservador, e o “opressor” é o globalista, o intelectual ou a “ideologia de gênero”. Muda o figurino, o roteiro é o mesmo: O viés populista
No fundo, o problema é mais civilizacional do que partidário. Vivemos uma era em que o discurso vale mais que o dado, e a virtude moral substitui a evidência. É mais fácil parecer bom do que compreender o complexo. Talvez o desafio do nosso tempo seja reaprender a pensar antes de sentir – e checar antes de acreditar. Porque enquanto o discurso for mais sedutor que o fato, seguiremos discutindo narrativas, não realidades.
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