Há pouco a se comparar com essa expressão universalizada de inquietude e vontade, feita com espontaneidade que subjuga a era do invasivo marketing. O nome Lula ecoa no mundo como o de Mandela soou em nossos dias, por admiração ao homem e à obra de sua vida comovente. Lula —ideia, histórico, palavra, pessoa— é a causa e a confiança.
Vê-se, por contraste, quanto o Brasil fugiu do mundo real. Quanto o mundo o queria. Quanto pode dar à humanidade. Quanto estão atrasados, caquéticos, os que criaram e sustentaram os quatro anos do domínio de mentalidades fardadas, estreladas, condecoradas e desprovidas de pensamento. Está bem claro: o mundo mudou e a visão dos militares ficou fora, completamente fora da realidade. Caserna e caverna.
Não é só o golpismo enraizado, nem a presunção de direito à impunidade, ou a prepotência dada pela arma. É a visão. A estratégia de uma Amazônia toda ocupada por atividades econômicas, e para isso devastada, como forma de esvaziar ambições invasoras, é o extremo oposto ao que a racionalidade, a ciência e a nova consciência mundial anseiam. O desatino da ocupação virou exploração ilegal lá e negócio sujo no governo Bolsonaro, mas a estratégia é anterior. É militar. E amparou, por óbvia concordância, a política anti-amazônica, anti-indígena e negocista adotada pelo governo.
Salvo pela exploração política e comercial de religiões, o bolsonarismo é a prática revivida da mentalidade atrasada, aquela que já na ditadura do general Médici consumiu fortunas e vidas na Transamazônica que seria a espinha dorsal da ocupação econômica da floresta. Tal permanência, já de meio século no exemplo dado, denuncia a falta absoluta de reflexão e o domínio absoluto do atraso. Com o acréscimo do golpismo pago por empresários não menos atrasados, vislumbra-se o que espera por Lula do outro lado do Ano Bom.
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