Deus, por exemplo. Seu nome disputa em incidência com "porra" na boca de Bolsonaro. Às vezes Bolsonaro usa "porra" no lugar do ponto e outras no lugar da vírgula. Antes dele, nunca houve um presidente, nem João Batista Figueiredo, o mais grosso até então, que concluísse suas manifestações públicas com "porra". Sendo "porra" o chulo de "esperma", imagina-se como reagem as famílias católicas e evangélicas que se pautam por certo recato. E como estará Deus se sentindo nessa vizinhança verbal? Não esquecer que Ele ainda é um poderoso cabo eleitoral.
Quanto à pátria, é um território a ser distribuído entre os amigos: os estranhos ao serviço a quem ele entrega as tetas dos ministérios (não apenas o da Saúde e o da Educação) e os que visam zerar as reservas verdes, minerais, animais e aquáticas do Brasil (e, se isso exigir o extermínio dos povos indígenas, não é com ele). O problema é o rabo de Bolsonaro —está sempre de fora. Como esconder suas íntimas ligações com aqueles elementos?
E há a família, que, para ele, consiste exclusivamente dos filhos e de seus amigos sarados, carecas e bons de tiro. Mulheres não fazem parte, exceto para deboche, assédio e estupro, embora, neste último caso, só as que valham a pena. Dica para as próximas pesquisas: a quantas casas de família Bolsonaro seria hoje convidado?
É intrigante como ele trabalha contra si mesmo às vésperas da eleição. Só pode estar convicto de que, se não ganhar, tem, literalmente, bala para levar assim mesmo.
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