Permitir e assistir, na plateia, à invasão e destruição de um país é abrir a porta à infâmia. Sim , à infâmia. Que mais se pode permitir, quando , perante os nossos olhos, caem bombas, se esmaga com tanques quem circula na estrada, se destrói habitações, se mata e mete em fuga, do seu país, milhares de crianças e mulheres indefesas. Morrer já não é só não ser visto . A morte é a curva da estrada ucraniana destes dias. A vergonha deste tempo. A infâmia que nem o mundo soube erradicar.
E onde está a compaixão? Quando se mata , se chacina sem complacência, em nome de uma inverdade criminosa , onde está a compaixão do mundo?! Sim, a compaixão?
Se a compaixão não pode ser permissiva nem contemplativa, como é possível dizimar um país que nada mais anseia do que viver a sua liberdade, a sua identidade, a sua própria independência ?! A compaixão não pode aceitar que um povo deixe de ter o seu lugar no mundo. Como é possível a esse mundo tornar-se espectador de tão vil atrocidade?! Não haverá infâmia maior do que dar alimento a alguém e permitir que o vizinho do lado o roube e o deixe morrer de fome?!
E que compaixão é tão frouxa que apenas enche de lágrimas os olhos e o coração ao ver matar uma criança de seis anos?! A ausência de compaixão não semeia paz. O ódio, o desamor são as suas virtudes.
Mas a real e inequívoca infâmia está no silêncio complacente que propiciou o aniquilamento de outras regiões do leste caucasiano, da Ucrânia e, agora, de todo esse grande país: a Ucrânia. Nem Prometeu o sonhou.
Os tiranos, os déspotas traduzem o silêncio numa anuência consentida. E Putin soube sempre que, só do silêncio, poderia sair reescrita, com letra escarlate, a infame história do seu império perdido.
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