O caráter – ou a falta dele – de Bolsonaro é tão ou mais vulnerável do que o de seu ídolo que parece ter escapado do pior. E se a economia foi bem nos Estados Unidos até a pandemia do Covid-19, no Brasil ela chegará mal daqui a dois anos. Cadê as prometidas reformas do Estado? O desemprego ainda será grande.
Bolsonaro está assustado com o que se passa em países vizinhos do nosso. Ele acha que o continente começa a adernar para a esquerda sob os efeitos da recente eleição na Bolívia e do plebiscito no Chile. Sabe que não terá dinheiro para manter os programas assistencialistas que ancoram sua popularidade.
O cenário não é nada bom para ele. O ministro Paulo Guedes, da Economia, em conflito cada vez mais acirrado com seus colegas, disse outro dia que precisava fazer muita besteira para que o dólar batesse até o fim do ano a casa dos 7 reais. Já bateu a casa dos 6. Investimentos externos escasseiam.
E parte dos eleitores que em 2018 votaram em Bolsonaro, principalmente os de maior renda e escolaridade, começa a dar-lhe as costas, insatisfeito. O governo é uma tremenda confusão. Nem uma vitória de Trump será capaz de salvá-lo. O Mito simplesmente corre o risco de deixar de sê-lo.
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