Insignificância que empobrece o país
A estratégia de não gerar pânico para evitar a economia entrando em colapso é perdedora. Não tem como vencer. O presidente vai reconhecer isso. Mas ele não vai fazer uma reviravolta total. O cálculo do Palácio do Planalto é que Bolsonaro chegou lá sem apoio de ninguém e precisa alimentar a narrativa contra o establishment, para se sustentar politicamente. Quando entra em dificuldades, o instinto do presidente é redobrar a retórica polarizante (…).
Não sabemos ainda o preço que ele pagou pela minimização da crise, mas pode ser relativamente grande. O preço virá na frente. Num cenário de recessão, o presidente dificilmente manterá apoio. Enfraquecido politicamente, se ele insistir numa retórica anti-establishment, isso pode se tornar perigoso. Nós fizemos um downgrade do Brasil a longo prazo, porque a segunda derivada dessa crise nos preocupa muito mais do que o conflito institucional de curtíssimo prazo
Christopher Garman, consultoria Eurasia
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