Desculpe-me, mas o que estou dizendo neste princípio de desabafo foi ditado, com razões de sobra, em boa parte, pela angústia que hoje me domina, aliada a um medo difuso que tenta tomar conta de mim, na tentativa de me corroer por dentro e me deixar, ao lado de tantos amigos, totalmente desanimado, senão irremediavelmente pessimista.
Luto, bravamente, para que não feneça a esperança que ainda tenho em nosso país. Mas é assim, sinceramente, que por enquanto encaro os candidatos à Presidência da República que aos poucos vão sendo escolhidos. Nada do que dizem me convence de que estejam preocupados com o país ou com o esfarrapado bem comum.
Para todos eles, os quesitos mais importantes, até agora, são a escolha do vice e o apoio do tal “centrão” – um verdadeiro monstro de mil cabeças, criado de propósito pelos que tomaram conta do Congresso Nacional. Uma super-hidra, que caiu nas mãos de Geraldo Alckmin, mas foi acalentada por Ciro Gomes e Jair Bolsonaro. Que serviu e serve a gregos e troianos, incluídos aí petistas e tucanos. Todos eles precisam demais dela e de suas traquinagens, auxiliadas pelo dinheiro do Fundo Partidário a sua disposição. Querem ser novamente eleitos. Estão interessados, tão somente, em sua recondução ao Congresso e, mais que tudo, na firme manutenção do chamado “status quo” vigente.
E é ela, leitor, a eleição parlamentar ou proporcional, a mais importante para todos nós, e, obviamente, para o país. Vamos, então, surpreendê-los submetendo nossos votos, tanto para deputados estaduais quanto para federais ou senadores, a critérios rigorosos. Se é que desejamos preservar, aperfeiçoar e, afinal, consolidar o regime democrático e a liberdade – o maior bem de que dispõe o ser humano.
Na última segunda-feira, dando seguimento ao que vinha fazendo, a TV Cultura, que saiu na frente no programa “Roda Viva”, entrevistou o candidato Jair Bolsonaro. Enquanto ocorria a entrevista, a TV Globo iniciava, com o candidato Alvaro Dias, seu programa de entrevistas de duas horas. Assisti ao primeiro e a um pedaço do segundo. O primeiro, exibindo despreparo, prega a volta ao passado; o outro, com o jogador Romário, a refundação da República…
Se não surgir, leitor, um candidato a presidente capaz de evitar que este país termine como tantos outros da América Latina, nossa salvação, enfim, poderá estar num Congresso Nacional reformista.
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