A consequência nefasta desse conservadorismo corporativista é os donos das cadeiras as manterem, reduzindo drasticamente as chances de renovação de um Congresso de mortos-vivos: um terço de seus membros são zumbis acusados de propinas, achaques e fraudes eleitorais. É o passado assombrando o futuro.
Criado para democratizar a disputa e equalizar o poder econômico, o financiamento público se tornou fonte de eterno poder para os vampiros eleitorais que estabeleceram os critérios de partilha do butim. Quem tem mais poder, leva mais dinheiro. E pior: a boca-livre eleitoral beneficia os que foram eleitos quatro anos antes, independentemente de sua atuação política e de sua ficha criminal. O contribuinte paga para manter no poder uma gente que, com toda razão, odeia.
A legislação “progressista” é uma farsa conservadora e corporativista para eleger os podres de sempre. Existem outros critérios de distribuição mais justos e democráticos do que a bolsa-candidato; basta ver a legislação dos países que adotam essa forma de financiamento.
É uma ilusão imaginar que a montanha de dinheiro do Fundo Eleitoral vai inibir a ação dos vampiros políticos, que continuarão a achacar, lavar dinheiro e encher o caixa 2 de suas campanhas, para fraudar as eleições e se elegerem. Só que agora vão ser mais cuidadosos. Tudo em dinheiro vivo.
Mas quem tem medo da fiscalização? Nas últimas eleições, os TREs identificaram mais de 250 mil doações ilegais, e não aconteceu absolutamente nada aos doadores e candidatos. Então, para que fiscalizar?
O financiamento público prova, mais uma vez, que no Brasil de hoje até aparentes boas intenções podem ter consequências nefastas, opostas aos seus objetivos.
Sem a renovação do Congresso podre e desmoralizado, como e com quem vai governar o próximo presidente, seja quem for?
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