Combustíveis são commodities. Assim sendo, como outra qualquer outra commodities, seu preço varia de acordo com o mercado internacional. Isso vale, por exemplo, para o aço, o trigo, o ferro e a soja. Por que não valeria para o petróleo?
O governo fraco, de um presidente encurralado por denúncias de corrupção, deu um subsídio de R$ 0,46 no litro do diesel para beneficiar caminhoneiros autônomos. Legal isso! Escondeu, porém, do distinto público que o subsídio beneficiará quem não precisa.
Beneficiará o poderoso e riquíssimo agronegócio que usa diesel nas suas máquinas. Beneficiará as riquíssimas empresas de transporte de cargas. Beneficiará as lucrativas empresas de ônibus que compram o diesel direto das distribuidoras.
(Por sinal, o “rei dos ônibus” do Rio de Janeiro, o empresário Jacob Barata Filho, transborda felicidade. Primeiro porque foi solto três vezes pelo ministro Gilmar Mendes. Segundo pelo subsídio. Terceiro porque o preço da passagem no Rio aumentou ontem.)
O subsídio beneficiará também os ricos e milionários que tem carro importado a diesel. Porque, aos caminhoneiros, não beneficiará, por mais que o governo diga que multará os postos que não reduzam o preço do diesel. Quer um exemplo disso?
Na semana que antecedeu a greve, um amigo meu, no Rio, comprou duas caixas de morangos por R$ 3,99 cada. Na semana passada, a caixa custava R$ 9,99. Ontem, R$ 7,99. E sabe o que é pior? As pessoas acham que tudo voltará à normalidade.
O economista Pedro Parente reconstruiu a Petrobras – ou pelo menos resgatou sua credibilidade e eficiência. E foi por isso que caiu. Sua queda deve-se a acertos, não a erros. O governo arrombou a porta da Petrobras e isso é um péssimo sinal.
A direita brucutu e a esquerda burra se uniram para exigir a cabeça de Parente, e levaram. Continuarão unidas, desta vez exigindo a cabeça de Temer. Foi isso o que ele conseguiu.
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