sexta-feira, 16 de março de 2018

Tem que mudar isso aí, viu?

‘Há momentos em que o universo conspira a nosso favor”, revelava Paulo Coelho em “O alquimista”, e milhões acreditaram. Se é mesmo assim, nos últimos anos o universo tem conspirado cruelmente contra o Brasil.

Que forças malignas, que sinistras quadraturas, engendraram esta nefasta conjunção que uniu os golpistas Michel Temer, Renan, Jucá e seus emedebistas aos golpeados Lula, Dilma e seus petistas, a Aécio e tucanos, aos pepistas de Valdemar Costa Neto e aos petebistas de Roberto Jefferson? Todos juntos para derrubar a decisão do Supremo Tribunal Federal, confirmada em três julgamentos, autorizando a prisão de condenados em segunda instância. Tem que mudar isso aí, viu?

Não é só para salvar Lula, porque se o salvar abrirá espaço para livrar Eduardo Cunha, Cabral e os atuais e futuros condenados do MDB, PT, PTB, PP, PR e PSDB. #QuadrilhasUnidasJamaisSerãoVencidas!


De que valerá o trabalho dos procuradores, juízes federais e desembargadores dos TRFs? Tempo perdido.

Cármen Lúcia resistiu bravamente, aguentou a pressão e não se apequenou. Mas até quando? Em seis meses termina sua presidência, que vai ser assumida por Dias Tofolli, que pode colocar em pauta o processo que quiser. E aí, como na canção de Chico Buarque, larari lariri...

A instituição de mais uma instância, no STJ, proposta por Dias Tofolli e apoiada por Gilmar Mendes, terá maioria no plenário e será uma vitória da impunidade dos ricos e poderosos.

Bons e caros advogados continuarão arrastando recursos anos a fio, aliados à lentidão da Justiça de instâncias superiores, muitas vezes até a prescrição dos crimes, como sempre foi.

Tem que manter isso aí, viu? Gritam em coro Temer, Lula, Aécio, Renan, Valdemar e Jefferson.

O que há de pior no país, políticos, empresários, funcionários e juízes criminosos que saquearam o Estado, estará livre para afrontar a lei e desmoralizar a Justiça.

Como na “Crônica de uma morte anunciada”, de García Márquez, já se sabe o desfecho desde o início, mas a narrativa é tão emocionante que torcemos e alimentamos esperanças infundadas até o final inexorável.

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