terça-feira, 7 de novembro de 2017

Temer joga a toalha

Com pelo menos dois ou três meses de atraso, o presidente Michel Temer finalmente admitiu que a reforma da Previdência não será aprovada pelo Congresso. Se for, não passará de um arremedo de reforma, ficando a reforma de verdade para ser feita pelo próximo governo.

Para que não se diga mais tarde que a possível rejeição da proposta de reforma enfraquecerá o governo, Temer afirmou que a sociedade “tem de querer a mudança nas aposentadorias”. Ou seja: o fracasso da reforma deverá ser debitado na conta da sociedade que não quis, não na dele.

Arte; Antonio Lucena
Quem disse a Temer que a reforma trabalhista foi aprovada por que a sociedade quis? Mais de uma vez consultada, ela disse que não queria. A reforma passou porque Temer teve força para aprová-la no Congresso. Porque ele e o Congresso se puseram de acordo.

Antes de ser atingido por duas denúncias de corrupção, Temer dispunha de cacife político para aprovar a reforma da Previdência. Seria uma tarefa mais difícil do que foi aprovar a reforma trabalhista e o congelamento dos gastos do governo por um período de 20 anos.

Mas com empenho e oferecendo recompensas em troca de votos, Temer tinha tudo para ser bem-sucedido. Passaria à História como “o presidente das reformas”. Sonhava em aprovar depois a reforma tributária. Agora ficará na História como o presidente duas vezes denunciado por corrupção.

Foi ele que escreveu seu próprio epitáfio.

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