O fato de 19 dos 44 senadores que votaram a favor de Aécio Neves estarem na mira da Lava Jato é tão revelador quanto dez serem integrantes do PMDB. E, dos 26 que votaram contra, seis também são alvo da operação da Polícia Federal – que, acredite, está sim mudando o Brasil. Entre eles, Lindbergh Farias. O “Lindinho” das listas de propina novamente mandou a coerência às favas, uma vez que o PT chegou a emitir nota em defesa de Aécio, por certo preocupado em livrar o pescoço da companheirada logo ali adiante. Mas querer coerência desta turma já é demais.
O Congresso Nacional há muito deixou de espantar os brasileiros decentes. Pode-se acusar os parlamentares de muitas coisas, menos de nos surpreender. O Congresso que alivia os comparsas é formado, em grande parte, por gente à espera de uma vaga na fila para embarcar no camburão. Só se surpreende quem quer.
Em uma democracia — e ainda estamos em uma, apesar dos esforços em contrário de integrantes dos três poderes —, a única maneira de se promover uma limpa é por meio das eleições. Se todos que hoje se revelam tão indignados nas redes sociais exercerem de forma adequada seu poder de voto, algo haverá de mudar. Porque nenhuma operação policial, nenhum esforço judiciário será capaz de alterar a realidade se o eleitor não deixar de lado a idolatria de vivas almas muito vivas e fizer o que é certo. É simples, embora não seja.
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