Creio que, os três fatos, foram as gotas d’água que faltavam para que a desilusão e a revolta do povo se manifestassem, no silencio que prenuncia tempestade, frente a hipocrisia e a mentira que imperam no ambiente político.
Três coisas podem acontecer: nada; uma revolução popular generalizada; ou uma intervenção militar.
O nada acontecer refletiria o cansaço e a desilusão da população com o desenrolar dos acontecimentos, sem que possa distinguir lideranças e propostas politicas claras para a superação da grave situação em que vivemos, já há alguns anos. Seria uma cínica opção pelo “deixa estar para ver como é que fica...”.
Também é possível imaginar que o povo, exausto com o deboche explícito dos políticos dirigentes da nação e com a incompetência gerencial do Estado brasileiro, vá para as ruas e incontrolavelmente, com ódio, comece a quebrar e a impedir que a sociedade funcione, como expressão do seu protesto. Depois voltarão para suas casas mais desiludidos e tudo continuará na mesma, só com o Brasil um pouco mais destroçado.
Por último, o que me recusava a acreditar, mas que começo a considerar como o mais provável que aconteça: as Forças Armadas, em ação muito rápida e determinada, apoiadas por expressiva parcela do povo, ponham toda a canalha e os corruptos conhecidos a correr, convocando eleições diretas, em alguns meses, sob a direção do Supremo Tribunal Federal, para a recomposição democrática dos poderes da Republica, o legislativo e o executivo.
Chegamos ao fim das soluções politicas negociadas - triste arremedo de gestos democráticos - pelo simples motivo que a maioria absoluta dos atuais políticos é idiota, medíocre, corrupta, em conluio sistêmico com a maioria do também corrupto empresariado nacional. Esta corja jamais votará leis e aprovará ações que impeçam a manutenção dos seus poderes ou prejudiquem suas negociatas.
Patriotismo, responsabilidade histórica, coragem, competência, honestidade e dignidade é o que precisamos com urgência.
Eurico Borba
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