terça-feira, 13 de junho de 2017

Votar melhor, projeto para o Brasil

Acontecido nesse último fim de semana na cidade de Tiradentes, o evento Conexão Empresarial reuniu quase 300 empresários dos mais diversos setores da economia mineira. Lá estiveram representantes do comércio, da indústria, do setor financeiro, dos serviços, do agronegócio, prefeitos, deputados, enfim, presente o interesse do conjunto que movimenta a atividade econômica no país, reunido em torno de demandas clássicas e com prioridades comuns.

De todos se ouviu o comentário com censura sobre a decisão do TSE que absolveu da cassação a chapa Dilma-Temer, poupando a Presidência da República de novo despejo de seu titular. Na língua de todos, santificado o ministro Herman Benjamin e execrado o presidente daquele tribunal, Gilmar Mendes, com muita justiça em relação a ambos.

É sabido que o ministro Gilmar Mendes terá que acender muitas velas clamando pela amnésia da sociedade brasileira, tal o repúdio que o Brasil pensante tem a respeito de sua atuação de magistrado. Se não for esquecido, Gilmar nunca mais terá paz para sair às ruas.


Mas o julgamento, ainda que de importância histórica para o Brasil, virou no evento de pano de fundo. As pessoas, e não apenas os empresários, têm urgências que consideram mais importantes. O Brasil sempre foi assim, de memória curta e sempre com pressa.

Voltando ao evento, ficou claro o que os empresários vivem, cotidianamente. Vivem, mas exigem que sejam poupados de suas angústias comuns, expressas na impagável carga tributária, que, ao mesmo tempo em que lhes é eficazmente cobrada, destampa o desperdício, a fraude, a corrupção, a impunidade de seus agentes.

A esse cenário se acrescenta uma burocracia estúpida e onerosa, mantida quase sempre como forma de poder político e para se criarem abrigos para uma turba de aproveitadores inservíveis, que emperram o que restou da capacidade empreendedora de parcela do empresariado, ainda capaz de lutar e investir.

Essas duas deformações se impõem por meio de uma legislação coatora, quando não retrógrada e descompassada das realidades, e por isso excludente, porque é caro e penoso seu cumprimento. É preciso suavizar essa agonia geral, e um dos caminhos para limitá-la é a discussão e implantação da tão sonhada agenda de reformas, a trabalhista, a previdenciária, a política e, sobretudo, a reforma ética.

Ninguém tem dúvida de que a decisão do TSE, absolvendo Dilma e Temer, tem as marcas lesivas de um ajuste onde este não caberia existir. Sob o aspecto jurídico e ético, o Brasil ficou ainda pior. Mas está feito e é preciso avançar, olhar para a frente, lutar e fazer o impossível sob o primado da decência, da ética, do compromisso com valores melhores, que poderá dar-se em mais cuidadosa escolha de nossos representantes nas próximas eleições.

Esse é o inadiável projeto Brasil. Vamos trabalhar para realizá-lo.

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