De todos se ouviu o comentário com censura sobre a decisão do TSE que absolveu da cassação a chapa Dilma-Temer, poupando a Presidência da República de novo despejo de seu titular. Na língua de todos, santificado o ministro Herman Benjamin e execrado o presidente daquele tribunal, Gilmar Mendes, com muita justiça em relação a ambos.
É sabido que o ministro Gilmar Mendes terá que acender muitas velas clamando pela amnésia da sociedade brasileira, tal o repúdio que o Brasil pensante tem a respeito de sua atuação de magistrado. Se não for esquecido, Gilmar nunca mais terá paz para sair às ruas.
Voltando ao evento, ficou claro o que os empresários vivem, cotidianamente. Vivem, mas exigem que sejam poupados de suas angústias comuns, expressas na impagável carga tributária, que, ao mesmo tempo em que lhes é eficazmente cobrada, destampa o desperdício, a fraude, a corrupção, a impunidade de seus agentes.
A esse cenário se acrescenta uma burocracia estúpida e onerosa, mantida quase sempre como forma de poder político e para se criarem abrigos para uma turba de aproveitadores inservíveis, que emperram o que restou da capacidade empreendedora de parcela do empresariado, ainda capaz de lutar e investir.
Essas duas deformações se impõem por meio de uma legislação coatora, quando não retrógrada e descompassada das realidades, e por isso excludente, porque é caro e penoso seu cumprimento. É preciso suavizar essa agonia geral, e um dos caminhos para limitá-la é a discussão e implantação da tão sonhada agenda de reformas, a trabalhista, a previdenciária, a política e, sobretudo, a reforma ética.
Ninguém tem dúvida de que a decisão do TSE, absolvendo Dilma e Temer, tem as marcas lesivas de um ajuste onde este não caberia existir. Sob o aspecto jurídico e ético, o Brasil ficou ainda pior. Mas está feito e é preciso avançar, olhar para a frente, lutar e fazer o impossível sob o primado da decência, da ética, do compromisso com valores melhores, que poderá dar-se em mais cuidadosa escolha de nossos representantes nas próximas eleições.
Esse é o inadiável projeto Brasil. Vamos trabalhar para realizá-lo.
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