A indicação puxada pro terror é perfeita para o agora.
Se escapar...
Anda muito difícil escapar.
Seguras?
Pelo mundo, o terrorismo é ameaça real, constante. Os alvos são cidadãos comuns, gente como a gene. Explosivos são a modalidade mais comum dos ataques que vêm do nada, em qualquer lugar. Nos últimos dois anos, atropelamentos, tiros, esfaqueamento acrescentam corpo a corpo ao terror.
São ataques sem coordenação central, mas iniciativa de um ou alguns que odeiam – a própria vida inclusive. Por causas difusas, saem para matar quantos conseguirem até que sejam mortos.
O ódio é a pilha de todas as violências, toda a barbárie. Aqui e lá.
Vítimas do terrorismo pelo mundo somam mais de 16 milhões, mais de 43 mil mortos. Iraque, Paquistão e Índia registram o maior número de ataques e de vítimas.
Mas, quando tudo – carros, facas, aviões, bombas – vira arma, ninguém, nenhum lugar é suficientemente protegido,
Nos cinco primeiros meses de 2017, no planeta Terra, 3.349 pessoas morreram em atentados terroristas.
Notícia de ontem: em três semanas, o Brasil alcança esse número de mortos, seja nos assassinatos coletivos – as já vulgarizadas chacinas – ou no um a um de cada dia. Jovens de 15 a 29 são os mais atingidos - a maioria é negra, pobre e das desprotegidas periferias brasileiras.
No Brasil de hoje a violência é intensa e cada vez mais espalhada. Aqui a guerra é real , mas não declarada.
Em 20 anos, entre 1955 e 1975, morreram 1,1 milhão de pessoas nas guerras do Vietnã. No Brasil, também em 20 anos, entre 1995 e 2015, outros 1,3 milhão foram assassinados.
Em 2015, foram 59.080 as vítimas de homicídio - 161 mortos por dia. A maioria classificada como MVCI – morte violenta com causa indeterminada.
“Temos uma crise civilizatória”, concluiu um técnico do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Não disse quanto custa ao país, nem ao mundo, a crise civilizatória.
Uma “googada” e sabemos que, no mundo de 840 milhões de famintos, as despesas militares de três anos superam 1,7 trilhões. Tipo, 260 dólares por pessoa.
O comércio internacional de armas convencionais movimenta US$ 80 bilhões por ano. Mas o número real deve ser bemmm maior. Os principais exportadores, China e o Reino Unido, por exemplo, não dão informação precisa sobre essas suas exportações.
Questão de segurança, entende?
Ou seja, o dinheiro rolado nesse “business” é estimado. Nunca estão incluídas vendas para o mercado doméstico ou as embaixo do pano –contrabando e a tal da caixa 2, com a qual estamos muito familiarizados.
A crise civilizatória é também cínica.
Combatemos guerras vendendo armas. Combatemos assassinatos comprando armas, aparelhando melhor a polícia para alcançar o mesmo nível de armamentos dos bandidos, que compram dos produtores, que são absolutamente democráticos nas vendas. Vendem para quem paga – bandido ou mocinho, no oficial ou no não contabilizado.
A crise civilizatória não tem fronteiras.
Aqui, no nosso penar sem fim de perplexidades, chegamos até um Ministro da Fazenda que sonegou impostos durante todo o tempo que cuidava da economia.
Temos um presidente investigado.
Temos pencas de indignados indignos,
Temos um humorista-apresentador de TV que recebe uma notificação extrajudicial, rasga, derrama nas partes intimas, recolhe e envelopa, para devolver ao remetente. Antes, destaca por escrito que a encomenda segue com “cheirinho especial”. Para não deixar dúvidas sobre o grau da grosseria e do deboche, toda a ação é gravada e postada nas redes sociais.
Recente, ali na Paraíba e em Pernambuco, tivemos rebeliões em centros socioeducativos – desses que guardam menores “apreendidos”. Num e noutro, morreu gente. Sete daqueles mortos socioeducados foram queimados vivos por outros dos socioeducados.
Nas rebeliões de presos maiores de 18 anos, degolar é costumeiro. Notícias que, de tão corriqueiras, passam batido.
O menu da “crise civilizatória” é amplo. Não há spy que dê conta. E eles são muitos.
Assim, se escapar do terrorismo, da guerra, da bala perdida, do assalto, da degola, da fogueira, de corruptores e corrompidos, das escutas, reze.
Agradeça ao divino, porque seguro mesmo só o céu, esse que existe como abstração, como sinônimo de paraíso, que é a esperança de coisa melhor a ser alcançada, um dia, talvez, quem sabe, para os merecedores.
E para merecer é preciso andar santo e muito protegido por outros santos, vida afora. Coisa muito difícil nas crises civilizatórias.
PS: Se escapou hoje, agradeça. E reze também pelo TSE.
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