Desse veneno (o da internet) me livro com relativa facilidade. Mas o mesmo, com certeza, não ocorre com os adolescentes. Acrescente-se a essa via- crúcis a leitura que simultaneamente faço do excelente livro do jornalista Vladimir Netto, absolutamente indispensável ao entendimento da operação Lava Jato. O tempo passou em um átimo, e talvez por isso não consegui obedecer à risca ao conselho de William Shakespeare: “Tu não devias ter ficado velho antes de ter ficado sábio”.
Jacobo se refere à crise econômica em nosso país e ao impacto que ela poderá ter no aumento da criminalidade, que, entre 2011 e 2015, registrou mais vítimas de homicídios (mais de 279 mil) do que a guerra da Síria (mais de 256 mil). Foram mais de 58 mil mortos só no ano passado, de acordo com os dados mais recentes. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2016, em 2015, “a cada nove minutos, uma pessoa foi morta, totalizando 58.492 vítimas de assassinatos intencionais, que incluem homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e óbitos decorrentes de intervenções policiais”.
Tudo isso, leitor, somado aos últimos acontecimentos políticos, igualmente graves e violentos (e o exemplo não está só no Rio e na prisão de dois ex-governadores), conclui-se que faltarão psiquiatras para cuidar do grande número de vítimas da ansiedade e da depressão.
E o mais dramático é saber que ainda não chegamos ao fundo do poço. Já imaginou, leitor, o que aconteceria se operações semelhantes à Lava Jato – que, por enquanto, tratou apenas de algumas poucas grandes empresas, nas áreas pública e privada – afinal se iniciassem nos Estados e municípios? Muito pouca gente se salvaria…
Será que, agora, o gigante se dará conta do caminho que vem trilhando? Ou teremos de acordá-lo de sua profunda letargia?
Mãos à obra, presidente Temer! O tempo urge!
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