segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Contra a esperteza profissional

Com Dilma cassada (mas não fora do baralho, como reza a Constituição), li praticamente a mesma frase, com pequenas variações, em vários veículos de comunicação.

Observando que de quatro presidentes eleitos, depois da derrubada da ditadura militar, dois não tinham concluído o mandato por força de impeachments, articulistas sentenciavam: este não é um bom currículo para a ainda jovem democracia brasileira.

Alguém disse...: Pois é....Tancredo Neves disse...   A esperteza ...   Quando é muita   Ela vira bicho  E come o dono!:
Discordo. Este é um péssimo retrospecto do que tem sido a política profissional no Brasil nesses últimos anos. De Collor a Dilma, e de PC Farias a todos os trambiqueiros atuais, num país em que boa parte dos integrantes do Congresso Nacional anda a dever esclarecimentos à Justiça, por condutas nada honrosas.

Mas a democracia não se limita ao Congresso e ao bando de partidos deploráveis que temos hoje no país. Por isso mesmo, enquanto os políticos sujam o nome do Brasil no mundo, nossa democracia tem se sustentado, atravessando vitoriosa as grandes crises políticas.

No caso de Collor, a sociedade brasileira deu um exemplo de democracia e civismo. E agora, com Dilma, é tolice dizer que a democracia correu perigo, num planeta ontologicamente dividido entre mortadelas e coxinhas.

A vergonha nacional corre por conta dos partidos, do partidocratismo e de seus políticos profissionais. Eles só agem em benefício deles mesmos. Agora mesmo, tivemos o vexame de manterem direitos de Dilma ocupar cargos públicos e ser candidata (menos a presidente). E por que fizeram esse absurdo vexaminoso, cuspindo na lógica e escarrando na Constituição?

Porque estão na mira da Justiça, a começar pelo cara de tomate Renan Calheiros, que carrega várias acusações. Eles preservaram Dilma não por causa dela, mas numa ofensiva de autoproteção, a fim de prosseguirem na descaração e na lambança das imunidades/impunidades, com a cobertura de juízes, como Joaquim Barbosa publica.

De uma parte, esses políticos, que enlameiam a história política da nação, tratam de se autoblindar. De outra, investe-se contra o projeto anticorrupção e a ficha-limpa, procura-se fraturar e engessar a Lava Jato.

Ora, o que a sociedade tem mesmo de fazer é sair a campo em defesa da Lava Jato. E bem que poderíamos ir às ruas para acabar com coisas com o tal do Fundo Partidário. Afinal, temos que bancar um bando de profissas dedicados a nos prejudicar e ao país?

Não faz o menor sentido. E o que o TSE espera para cassar a chapa Dilma-Temer, se o uso do caixa 2 está provado e comprovado?

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