Por mais dúvidas e polêmicas que essas pequisas causem entre os especialistas - os dados nos colocam abaixo de países paupérrimos, com reduzidos recursos para investimento -, é flagrante que há erros na condução do processo educacional brasileiro, em todos os níveis, da educação básica ao ensino superior.
O Brasil que um dia festejou o fato de ser a sétima economia mundial - posição já perdida em razão da nossa grave crise e da recessão - nunca conseguiu um lugar de destaque no quesito que realmente define o desenvolvimento de uma nação e de seu povo: a educação.
É histórica a luta pelo aumento do investimento nesse setor. Mas, apesar de estarmos longe do ideal - houve recentes cortes no aporte, principalmente para as universidades -, as verbas aplicadas já são expressivas e não justificam classificações tão pífias em rankings internacionais. Qual seria o nosso problema, então?
O fato é que a educação é prioridade apenas nos discursos dos políticos. A elaboração e a implementação de políticas nacionais, a partir de um amplo entendimento entre os maiores especialistas no tema, ficaram sempre em segundo plano, ofuscadas por propostas populistas que não foram suficientes para melhorar a qualidade do ensino no país como um todo.
A nossa classificação na pequisa do Fórum Econômico Mundial torna-se ainda mais preocupante por esse ranking espelhar a real situação do país em áreas estratégicas, como ciência e matemática. Elas são base para a indústria da tecnologia, que hoje é a ponta de lança da economia mundial. Não se pode mais falar em país rico sem desenvolvimento tecnológico.
É verdade que há ilhas de excelência no ensino brasileiro de matemática, ciência e tecnologia. Mas também está claro que o país precisa de mudanças radicais para subir de patamar, não só nas pesquisas e levantamentos internacionais, mas principalmente entre as nações mais desenvolvidas do planeta.
Editorial - Correio Braziliense
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